Fonte: Dw
Uma corte egípcia condenou neste sábado (29/08) três jornalistas da emissora árabe Al Jazeera a três anos de prisão, sob a acusação de difundir notícias falsas e trabalhar sem permissão no país. O veredicto aconteceu em novo julgamento, após uma sentença inicial ter sido anulada por um tribunal de apelação.
Logo após o anúncio, a Al Jazeera condenou a decisão do tribunal, classificando-a como um "ataque deliberado contra a liberdade de imprensa."
O diretor-geral da emissora, Mostefa Souag, afirmou que o veredicto "desafia a lógica e o bom senso" e que "o caso foi fortemente politizado e não foi conduzido de forma livre e justa." A Anistia Internacional (AI) considerou a decisão como "uma paródia de Justiça no Egito."
O canadense Mohammed Fahmy, o australiano Peter Greste e o egípcio Baher Mohamed tinham sido presos e condenados, inicialmente, sob a acusação de terem apoiado a banida Irmandade Muçulmana. Isso teria acontecido enquanto eles cobriam eventos para a emissora sediada no Catar, após a deposição do presidente Mohammed Morsi.
Em junho de 2014, os jornalistas foram sentenciados a sete anos de prisão. O canadense Fahmy, no entanto, foi condenado a três anos adicionais, após a polícia ter encontrado, durante uma busca em sua casa, uma bala de revólver que ele havia recolhido durante a cobertura de confrontos entre apoiadores da Irmandade e forças de segurança.
Os três negaram as acusações. Um tribunal de apelação anulou o veredicto, depois de concluir que houve escassez de provas contra os jornalistas.
Greste foi deportado em fevereiro deste ano, após passar 400 dias na prisão. Ele foi julgado novamente à revelia. Fahmy e Mohamed estavam em liberdade sob fiança desde o início do segundo julgamento em fevereiro. Fahmy, que tinha tanto cidadania egípcia quanto canadense, entregou seu passaporte egípcio na esperança de ser deportado como Greste, mas não conseguiu.
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