Fonte: BBC
O principal suspeito da morte de dois jornalistas americanos a tiros durante uma entrevista ao vivo, nesta quarta-feira, morreu em um hospital do Estado de Virgínia, de acordo com a polícia local.
Segundo as autoridades, o atirador foi capturado em uma rodovia interestadual no Estado de Virgínia e encontrado ferido, após ter atirado em si mesmo. Ele foi levado ao hospital Inova Fairfax, no norte do Estado.
Vester Lee Flanagan, de 41 anos, era um ex-empregado da emissora WDBJ7 TV, onde trabalhavam a repórter Alison Parker, de 24 anos, e o cinegrafista Adam Ward, de 27 anos, mortos cerca de sete horas antes na cidade de Moneta.
Conhecido profissionalmente como Bryce Williams, Flanagan publicou nas redes sociais um vídeo que parecia mostrar o incidente do ponto de vista do atirador. As contas no Twitter e no Facebook associadas a esse nome foram suspensas logo em seguida.
O xerife Bill Overton, da polícia do condado de Franklin, disse em entrevista coletiva que ainda não sabe qual teria sido o motivo do ataque. "Obviamente este senhor era perturbado de alguma maneira. Pela maneira como as coisas aconteceram em sua vida, parece que as coisas saíram do controle."
"Vai ser uma investigação longa, porque há muitos componentes e ainda estamos nos estágios iniciais", afirmou.
Em resposta ao incidente, o porta-voz da Casa Branca pediu que o Congresso aprovasse rapidamente leis de controle de posse de armas.
'Infeliz'
Flanagan teria sido demitido pela WDBJ17 há dois anos. Em seu Twitter, o atirador disse que a repórter Alison Parker fez comentários racistas e que Adam Ward teria reclamado com o departamento de recursos humanos da empresa após trabalhar com ele apenas uma vez.
Falando à rede de TV CNN, o diretor da WDBJ17, Jeffrey Marks, disse que Flanagan chegou a fazer acusações contra alguns membros da equipe, mas afirmou que ele era "um homem infeliz" e "alguém com quem era difícil trabalhar".
De acordo com Marks, ele teve que ser retirado do prédio da emissora por policiais depois de sua demissão.
"Eu não acho que Alison e aquele indivíduo sequer tiveram contato, não consigo perceber nenhuma conexão dele com essas pessoas, que eram algumas das melhores pessoas que trabalharam aqui", disse.
"O lugar está em choque, muitas pessoas choram e se abraçam."
Perseguição
Em comunicado publicado no Facebook, a polícia de Virgínia confirmou que perseguiu o carro do suspeito na estrada I-66 até que o veículo saiu da estrada e bateu.
"Agentes se aproximaram do veículo e encontraram o motorista do sexo masculino com um ferimento a bala. Ele está sendo transportado para um hospital próximo para tratar de ferimentos letais", afirma a nota. Ainda não há informações sobre se o homem estaria vivo ou morto.
O jornalista Franz Strasser, que trabalha para a BBC nos Estados Unidos, afirmou em seu perfil Twitter que viu "cerca de 20 carros de polícia na rodovia I-66", além do carro prateado do suspeito.
A correspondente da BBC Tara McKelvey também esteve no local e disse ter visto entre 20 e 30 carros da polícia, mas nenhuma ambulância.
"Acabei se sair do lugar onde o suspeito teria dado um tiro em si mesmo. A polícia pegou nossa câmera e disse que também levaria nosso carro, mas nos deixou ir embora", afirmou, em ser perfil no Twitter.
"Estava agora mesmo no local do tiroteio com o suspeito. A polícia me disse que eu deveria deletar as cenas que filmei ou perderia a câmera", tuitou.
Pouco antes, o governador da Virgínia Terry McAuliffe havia dito a uma emissora de rádio local que o atirador seria um ex-funcionário da rede de TV. "Não é um caso de terrorismo. É um crime", disse.
A repórter e o cinegrafista faziam uma entrevista sobre o aniversário da criação do reservatório Smith Mountain Lake, área de lazer perto do Bridgewater Plaza, um shopping center em Moneta, quando oito tiros foram ouvidos. A entrevistada, Vicki Gardner, levou um tiro nas costas e se recupera de uma cirurgia.
Confira o local onde aconteceu o incidente:
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