Fonte: Gazeta do Oeste
Agricultores de várias comunidades rurais de Mossoró ocuparam na manhã de ontem, 10, o escritório do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), em Mossoró. A ação teve como objetivo a busca por informações acerca da assistência que as famílias deveriam receber por enfrentarem dificuldades em virtude do período de estiagem prolongada no Estado. Além disso, eles cobraram o pagamento das parcelas do Seguro Safra que estão em atraso.
A ajuda que os agricultores deveriam receber diz respeito ao suporte da alimentação para os animais com a entrega de ração, a distribuição de cestas básicas para as famílias que não recebem o Seguro Safra, a perfuração e manutenção de poços e ainda o fornecimento de água por meio da Operação Carro Pipa.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Mossoró (SINDILAVOURA), Francisco Gomes, mediou a ocupação e a conversa entre os agricultores e a gerência do escritório regional da Emater.
O gestor regional da Emater, Alberto Hudson, recebeu os manifestantes e relatou que fez contato com a direção do instituto em Natal na busca por respostas para as reivindicações das famílias. Segundo ele, a ordem de pagamento para o Seguro Safra já foi feita e agora aguarda apenas entraves burocráticos. Aos presentes ele informou que o dinheiro deverá ser liberado nos próximos dias.
Quanto às demais solicitações, as respostas ficaram por conta do coordenador da Defesa Civil em Mossoró, Carlos Paiva. Quanto ao drama vivenciado pelas famílias que sobrevivem da produção agrícola, Paiva informou que todos os esforços estão sendo empenhados para tentar diminuir os problemas.
Ele informou que já entregou ao Governo do Estado um Plano de Contingência no qual mostra detalhadamente a situação do homem do campo na zona rural de Mossoró. Documento, inclusive que pede recursos na ordem de R$ 7 milhões para dar assistência apenas para a área de Mossoró, mas que até agora tem garantido pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário apenas R$ 4 milhões para serem gastos em todo o Estado.
“Essa quantia é infinitamente menor do que precisamos e não podemos ficar parados esperando o pior acontecer. Vamos pressionar e buscar ajuda até a última instância. Precisamos como nunca de unir esforços, do apoio das autoridades políticas e empenho do Estado em conseguir aumentar o valor desse recurso. Já entregamos o primeiro plano que não foi atendido e agora estamos finalizando o segundo documento, no qual pedimos e mostramos por que precisamos da ampliação dos recursos”, disse o coordenador.
As famílias que participaram do protesto de ontem garantiram que não ficarão de braços cruzados e prometeram entornar o movimento e, caso o pagamento do Seguro Safra não seja efetuado nos próximos dias, uma manifestação maior será organizada por eles.
“A gente está cansado dessa conversa mole de falta de recurso. Só conversa não enche o bucho de ninguém. Se em uma semana esse pagamento não for feito, a gente vai fechar BR, ocupar prédios, enfim, faremos algo muito maior e de onde só sairemos com o dinheiro pago”, informou a agricultora Kaliana Lucena, moradora da área do Jucuri.
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