Fonte: Veja
A Rússia iniciou nesta quinta-feira o segundo dia de bombardeios na Síria, reporta a rede britânica BBC. O Ministério da Defesa russo informou que seus jatos haviam destruído um depósito de munições e outras edificações do Estado Islâmico. No entanto, de acordo com a BBC, as áreas atacadas são controladas por grupos que se opõem tanto aos jihadistas quanto ao regime sírio. Os mais recentes ataques atingiram áreas no noroeste do país, locais que abrigam o Exército da Conquista, uma aliança rebelde que luta para derrubar o ditador Bashar Assad.
Mais de 50 aviões e helicópteros da Rússia participam dos bombardeios na Síria, informou nesta quinta o Ministério da Defesa russo. "A esquadrilha aérea foi desdobrada em um curto prazo. Fomos capazes de fazê-lo porque os principais equipamentos, materiais e munição já estavam em nosso centro de manutenção de Tartus", porto do Mar Mediterrâneo, confirmou Igor Konashenkov, porta-voz militar russo.
LEIA TAMBÉM
Ontem a aviação russa efetuou doze "ataques precisos", oito diurnos e quatro noturnos, contra "centros de comando e arsenais dos jihadistas em regiões montanhosas do país árabe", informou um comunicado russo. Participaram dos ataques os caças Sukhoi Su-25 e Su-24, aviões que foram recauchutados e estão equipados com os mais modernos sistemas de disparo. Os Estados Unidos e ativistas sírios afirmam que os alvos dos ataques foram feitos em áreas que abrigam edificações controladas por grupos extremistas como a Frente Nusra, mas também posições do Exército Livre da Síria, que é apoiado pelo Ocidente.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu a legitimidade da intervenção russa na Síria, por ter sido solicitada pelo próprio ditador sírio, Bashar Assad, e antecipou que ela se prolongará enquanto durar a ofensiva do Exército sírio contra seus inimigos. Segundo o Ministério de Defesa russo, seus alvos são "armamento pesado, redes de comunicação, meios de transporte e arsenais de armas, munição e materiais explosivos que pertencem aos terroristas do EI".Os ataques russos nesta quarta-feira representaram sua maior intervenção no Oriente Médio em décadas e levou a guerra civil, que já dura quatro anos, a uma nova fase, à medida que Putin demarcou sua influência na instável região. Os EUA enxergam a decisão russa de entrar no conflito sírio como uma tentativa tanto para combater extremistas islâmicos como para tentar garantir a sobrevivência de Assad, principal aliado de Moscou no Oriente Médio. Para Washington, a intervenção russa pode prolongar e complicar a guerra, uma vez que iria manter Assad no poder e acrescentar uma força militar poderosa no complicado e frágil equilíbrio de forças do Oriente Médio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário