Fonte: R7
Novos dados do Ministério da Saúde apontam um crescimento no registro de bebês com microcefalia no Brasil. Subiu para 2.782 o número de casos de má-formação cerebral, de janeiro até o último sábado (19), em 618 municípios, de acordo com o balanço divulgado nesta terça-feira (22).
O registro recente mostra um aumento de 15,86% em relação ao balanço da semana anterior, quando foram registrados 2.401 casos em 549 municípios de 19 Estados e no Distrito Federal. No mesmo período, o registro de mortes passou de 26 para 40.
Pernambuco ainda é o Estado com maior número de notificações sobre a microcefalia, com 1.031 casos em 150 municípios, e três mortes registradas. O restante dos casos surgiram no Distrito Federal, Goiás, Paraíba, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Pará, Tocantins, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Nesta semana, porém, o ministério deixou de divulgar o registro de casos em que a ligação da microcefalia com o zika vírus foi confirmada, que foi de 134 na semana passada. Segundo o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, profissionais de saúde de alguns estados tiveram dúvidas em relação ao protocolo de notificação, e por isso a publicação foi interrompida.
Para combater a transmissão do zika vírus, através de uma portaria divulgada nesta segunda-feira (21), o Ministério da Saúde convocou reforço de mais de 266 mil agentes comunitários de Saúde. Eles se juntam a quase 44 mil agentes de combate a endemias para visitar as casas nos municípios no combate a criadouros do mosquito Aedes aegypti e trabalhar a educação em saúde na população. A meta da pasta é uma verificação completa dos imóveis no Brasil até o fim de janeiro.
Também está previsto o envio de larvicida para estados do Nordeste e Sudeste ainda neste mês. O material adicional de 17,9 toneladas do produto é suficiente para proteger 8,9 bilhões de litros de água. Segundo o ministério, em 2015, foram enviadas 114,4 toneladas de larvicida para todo o País.
Nestas visitas, Maierovitch destacou que, embora alguns estados adotem entradas em imóveis fechados através de autorização judicial, o governo trabalha com o convencimento das pessoas com relação ao estado de emergência de saúde, relacionado à proliferação do mosquito.
— Estamos discutindo pra trabalhar no convencimento. Não é uma emergência nacional para o serviço público, é emergência de saúde que deve mobilizar todo mundo. As recusas de visitas devem ser baixas, e presença do exército aumenta essa entrada, para garantir que não há “malandragem” na história, mas sim o poder público em ação nas ruas.
O Ministério da Saúde também incluiu um alerta para eliminar criadouros durante as férias entre as medidas de combate ao mosquito da Dengue. A pasta pede às pessoas que forem viajar para antes vistoriar recipientes que possam acumular água e servir para o desenvolvimento de larvas.
Resposta do governo
Para complementar a estratégia do Ministério da Saúde no combate ao Aedes aegypti, a presidente Dilma Rousseff editou decreto publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira para criar uma sala de controle e enfrentamento da dengue e dos vírus chikungunya e zika. A ideia é que o grupo defina as diretrizes na luta contra o mosquito.
A sala ficará localizada na Secretaria Nacional da Defesa Civil, mas será coordenada pelo Ministério da Saúde. O grupo também contará com representantes dos ministérios da Integração Nacional, da Defesa; da Educação; do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, bem como da Casa Civil; e da Secretaria de Governo da Presidência da República.
Zika e microcefalia
Como relatam especialistas ao R7, em alguns casos, a relação com o zika já foi comprovada, mas ainda não se pode afirmar que todos os casos relatados foram causados pelo vírus. Na grande maioria deles, as mães não fizeram o diagnóstico de zika durante a gestação, e as crianças ainda não foram examinadas neste sentido para saber se foram infectadas em algum momento.
De acordo com o Ministério da Saúde, outro mito relacionado à microcefalia é o de que alguns dos casos teriam sido causados por aplicações de vacinas vencidas. Em nota oficial, o ministério afirma que não há qualquer registro na literatura médica nacional e internacional sobre a associação do uso de vacinas com a microcefalia.
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