Fonte; DW
A Justiça de Israel anunciou neste domingo (03/01) a abertura de um processo criminal contra dois radicais judeus acusados de matarem três integrantes de uma mesma família em julho passado, na Cisjordânia.
O crime despertou comoção internacional e foi tratado como um "ato de terrorismo judaico" em Israel, que autorizou a polícia a deter suspeitos sem acusação formal – uma prática geralmente reservada a palestinos.
No ataque, os radicais lançaram coquetéis molotov contra a casa da família palestina Dawabshe, na aldeia de Duma, na Cisjordânia. O incêndio matou o pequeno Ali, de apenas 18 meses de idade, e seus pais – Said e Rahem – não resistiram às queimaduras e morreram posteriormente no hospital. O irmão de Ali, de 4 anos, ficou também gravemente ferido, mas sobreviveu.
Amiram Bem-Uliel, de 21 anos e morador do assentamento de Shilio, na Cisjordânia ocupada, foi indiciado pelos crimes de assassinato, tentativa de assassinato, conspiração para cometer um crime de ódio e incêndio criminoso. Um jovem de 17 anos, cuja identidade não foi revelada, foi acusado de cometer assassinato com motivação racial.
Em um dos muros das casas atacadas, os dois fizeram pichações em hebraico que diziam: "Longa vida ao rei messias" e "vingança", textos característicos da extrema direita israelense, que geralmente é formada por colonos. As pichações aparecem co frequência em propriedades palestinas e santuários cristãos e muçulmanos nos últimos anos.
O indiciamento é anunciado após meses de investigações, que geraram críticas da ONU por sua demora e indignação dos palestinos, que apontaram dois pesos e duas medidas na condução do processo.
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