(Foto: Embaixada da China no Brasil/Reprodução Twitter)
Durante uma coletiva de imprensa regular, Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, expressou forte insatisfação e oposição aos comentários de Biden, descrevendo-os como “uma provocação política descarada” e acrescentando que tais falas “são extremamente absurdas e irresponsáveis”.
As críticas da Casa Branca que enfureceram a China vieram após o secretário de Estado Antony Blinken ter concluído uma visita a Beijing que tinha como objetivo justamente aliviar as tensões em um relacionamento que atingiu um ponto baixo histórico. Apesar de os dois lados considerarem as conversas produtivas, não houve avanços significativos, exceto por um acordo para retomar uma ampla agenda de cooperação e competição.
O desconforto teve origem em um evento de arrecadação de fundos para a campanha eleitoral na noite de terça-feira (20), no qual Biden fez comentários sobre Xi Jinping, sugerindo que ele estava “constrangido” com as recentes tensões relacionadas a um suposto balão espião chinês que sobrevoou os Estados Unidos por oito dias antes de ser derrubado em fevereiro por um caça F-22 na costa da Carolina do Sul, incidente que gerou um mal-estar diplomático entre os dois países .
“O motivo pelo qual Xi Jinping ficou muito chateado quando eu abati aquele balão com dois vagões cheios de equipamentos de espionagem é que ele não sabia que o balão estava lá”, disse Biden. “Esse foi o grande constrangimento para os ditadores, quando eles não sabiam o que tinha acontecido.”
Faltou “calma”, diz ministro
Na coletiva, Mao reiterou a alegação da China de que o objeto voador em questão era destinado à pesquisa meteorológica e que se tratava de um balão “rebelde”, ou seja, que desviou de forma “completamente acidental” para o espaço aéreo norte-americano.
“Os EUA deveriam ter abordado essa situação de forma calma e profissional”, declarou ela. “No entanto, os EUA distorceram os fatos e exageraram no incidente, revelando claramente sua natureza de intimidação e hegemonia.”
Anteriormente, Biden já havia utilizado os termos “ditador” e “criminoso de guerra” ao se referir ao presidente russo Vladimir Putin, em relação à invasão russa à Ucrânia.
Durante a visita de Blinken, a China reiterou de forma enfática suas objeções ao apoio de Washington à democracia de Taiwan, uma ilha semiautônoma que Beijing reivindica como parte de seu território com base no princípio “Uma Só China”.
Além disso, os EUA buscaram dificultar o acesso da China a tecnologias de fabricação de chips de computador de ponta, devido a preocupações com seu possível uso militar, e acusaram Beijing de roubo de propriedade intelectual americana.
A REFERÊNCIA
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