(Foto: cdn14.picryl.com/Creative Commons)
Os governos dos Estados Unidos e de Papua Nova Guiné firmaram recentemente um pacto de segurança que concede às forças armadas norte-americanas acesso a seis instalações militares na nação do Pacífico, ampliando assim sua presença em uma área estratégica nas proximidades da China. As informações são do jornal Taipei Times.
O pacto foi assinado no mês passado, mas vinha sendo mantido em segredo. Nesta quarta-feira (14), então, o documento foi apresentado ao parlamento de Papua Nova Guiné, e assim os detalhes tornaram-se conhecidos. Em agosto acontecerá uma votação para aprovar ou não o acordo, que nos primeiros debates pareceu contar com o aval da maioria dos políticos locais, segundo a agência Reuters.
Os EUA terão o direito de posicionar tropas e navios em seis bases e aeroportos do país, inclusive na capital Port Moresby. As forças armadas norte-americanas terão “acesso desimpedido” para “pré-posicionar equipamentos, suprimentos e material”, com direito a “uso exclusivo” de certas áreas e autorização para realizar obras nas instalações, se necessário.
Destaca-se no acordo a autorização para que Washington utilize a Base Naval de Lombrum, na Ilha de Manus, de onde os EUA teriam fácil acesso à já estabelecida base na ilha de Guam, posição estratégica para o caso de um confronto com Beijing se houvesse uma invasão chinesa a Taiwan.
Disputa pelo Pacífico
O governo Biden tem buscado maior presença na região nos últimos meses, com pactos de segurança, acordos econômicos e fóruns voltados ao combate às mudanças climáticas. Tudo parte da competição com a China, que vem aumentado sua influência no Sul do Pacífico justamente para responder à histórica presença de Washington na área.
Do ponto de vista das nações do Pacífico Sul, em um primeiro momento, a grande vantagem da disputa EUA-China é ganhar mais atenção das duas superpotências. Com o tempo, porém, o aumento da tensão pode interferir no conceito “Blue Pacific” (Pacífico Azul, em tradução literal), através do qual a tomada de decisões na área requer uma consulta a todos os países interessados.
E o interesse de algumas nações em negociar com a China, mediante a reticência de outras, pode causar uma ruptura entre os vizinhos. “Estou preocupado que a competição geopolítica afete o forte vínculo regional”, avalia Tarcisius Kabutaulaka, professor associado de Estudos das Ilhas do Pacífico na Universidade do Havaí.
As Ilhas Salomão, por exemplo, têm se colocado ao lado de Beijing, tendo inclusive assinado um acordo de segurança similar que gerou preocupação nos EUA e em aliados, sobretudo a Austrália. Palau, por outro lado, pende para o lado norte-americano e chegou a solicitar o patrulhamento de suas águas, sob o argumento de que embarcações chinesas têm realizado incursões em sua zona econômica exclusiva.
A REFERÊNCIA
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