A previsão é que Ursula von der Leyen seja recebida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva às 13h. No encontro, o petista deve tratar de parcerias econômicas com o bloco comum e do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, que está travado.
Após encontro e o pronunciamento à imprensa, von der Leyen ela deve se encontrar com representantes da Confederação Nacional da Indústria.
Guerra na Ucrânia
A visita ao Brasil pode significar um passo importante do país como interlocutor importante em negociações de paz para interromper o conflito entre Ucrânia e Rússia. Desde o início do ano, Lula tem se colocado como um potencial agente, que poderia encaminhar o processo ao lado de outras nações neutras, como China e Índia.
Apesar dos desencontros entre Lula e seu colega ucraniano Volodymyr Zelensky no mês passado, durante a cúpula do G-7 em Hiroshima, a possibilidade de o Brasil integrar essas negociações não se desfez. Em entrevista exclusiva à CNN, Andriy Yermak, o chefe de gabinete do presidente ucraniano disse que vai convidar o Brasil para participar de uma reunião de cúpula para discutir a paz na Ucrânia.
“Em nome do presidente, eu e o nosso Ministério das Relações Exteriores estamos trabalhando na organização da primeira Cúpula Internacional da Paz para discutir a fórmula proposta pelo presidente Zelensky”, disse ele.
Giro de visitas
Ursula von der Leyen parte no dia seguinte para a Argentina, para se encontrar com o presidente Alberto Fernández. Ela deve participar do Foro Empresarial UE-Argentina.
Na quarta-feira a presidenta da Comissão Europeia se encontrará com o presidente chileno, Gabriel Boric, em Santiago. Por fim, ela irá ao México na quinta-feira, onde será recebida pelo líder Andrés Manuel López Obrador.
As visitas aos países latino-americanos fazem parte de uma prévia da reunião entre os líderes da União Europeia e dos países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que acontecerá nos próximos dias 17 e 18 em Bruxelas, na Bélgica.
Esses encontros têm como principal tema a consolidação do acordo econômico entre o Mercosul e a União Europeia, que está em negociação há mais de 20 anos e que finalmente pode chegar a um consenso.
O maior entrave está nas exigências ambientais feitas pela União Europeia, como reduzir pela metade os níveis atuais de desmatamento até 2025. Os países do Mercosul entendem que a regra é arriscada, sobretudo porque estaria vinculada a duras sanções comerciais.
Outro ponto, desta vez uma imposição dos países sul-americanos, é associar as ações de proteção do meio ambiente ao desenvolvimento econômico e social. O bloco europeu tem defendido, por exemplo, que a Amazônia deve ser “intocável” — sem enxergar que 28 milhões de pessoas vivem na região.
(Publicado por Fábio Mendes)
CNN
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