Foto: João Gilberto
Ao agradecer a homenagem recebida na passagem do “Dia do Motociclista”, na Assembleia Legislativa, o ex-presidente Jair Bolsonaro aproveitou para fazer um comparativo entre a sua gestão e o atual governo.
“Comparem os atuais ministros com os ministros do meu tempo, quase ninguém sabe quem é o ministro do Desenvolvimento Regional atualmente, acho que ninguém sabe, o nosso está aqui”, afirmou o ex-presidente, apontando para o senador Rogério Marinho (PL), que estava sentado à mesa dos trabalhos na sessão solene desta quinta-feira (30).
“A gente não procura escolher as pessoas por região, por cor de pele, por gênero, tem que escolher por competência”, ressaltou o ex-presidente, citando que “por coincidência”, um terço do meu governo era do Nordeste e um desse era Rogério Marinho.
“Será que alguém consegue citar o nome de cinco ministros do atual governo, não consegue? Não consegue, a não ser por algum escândalo, fora isso, não”, virou-se o ex-presidente para a galeria, enumerando o nome de ministros do seu governo, como Teresa Cristina, perguntando se tinha sido um boa ministra da Agricultura – “maravilhosa, por um motivo, dei liberdade para ela trabalhar, como dei liberdade para o Rogério Marinho, Paulo Guedes (Economia), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e Damares Alves (Mulher e Direitos Humanos)”.
Bolsonaro disse que “não pagou missão” para Marinho ao convidá-lo para assumir a pasta do Desenvolvimento Regional – “ele é que falou pra mim, quero resolver o problema d’água da minha região”, tendo o então presidente afirmado – “também quero, o meu sogro é nordestino, é de Crateús (CE), a minha filha tem em suas veias sangue de cabra da peste, a importância dessa transposição dispensa comentários”.
Segundo Bolsonaro, ao fim do seu governo, a transposição do rio São Francisco chegou a outras áreas do Nordeste. “Tem certas coisas que só se dá valor quando se perde ou não se tem, uma dessas coisas é a água do poço, da cacimba, e também outra coisa que estamos sentindo agora, junto com a imprensa, chama-se liberdade”, disse ele, depois que o STF decidiu que “qualquer pessoa que der uma entrevista e o jornal publicá-la, o jornal terá responsabilidade pela publicação.
Para Bolsonaro, quem vai dizer o que é fake news, “ninguém sabe, ou alguém indicado por alguém que está no poder, que sempre pregou o controle social da mídia, sempre pregou a censura e isso não está certo”.
Em seu discurso, inicialmente, o ex-presidente Bolsonaro disse, em tom de brincadeira, que “é o ex mais amando do Brasil, ninguém tenha dúvida disso, mas o povo não me deixou de lado”.
Jair Bolsonaro disse também que a partir de sua saída do governo, “a verdade pode tardar, mas chega. Temos que ter resiliência, ser forte e ter esperança”.
Com referência ao fato de também ser motociclista, Bolsonaro disse que em governo teve a preocupação de melhorar a vida dos motoqueiros que trafegam pelas rodovias brasileiras, como “zerar” a tarifa do pedágio e ampliando a validade da carteira de motorista e piloto de moto de cinco para dez anos.
“Lamento que muitos governadores agora, depois que perderam receitas por questão da taxa de renovação de carteira, porque dobrou o seu tempo, passaram a cobrar mais pela renovação da carteira de habilitação”, declarou o ex-presidente, para quem o seu governo “primou pela diminuição ou completa isenção de certos impostos, taxas e tarifas.
Ao invés disso, segundo Bolsonaro, o Brasil está no quarto mês consecutivo com queda de arrecadação: “Quem paga o preço por isso? Obviamente o contribuinte, mas estamos vendo as prefeituras de todo o Brasil, exceção aquelas onde o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) é aquilo que mais entra em caixa, entrando menos, e grande parte das prefeituras, em especial no Nordeste, não vão pagar 13º salário e a folha de dezembro”.
“São medidas que atentam contra a população, no meu entender, contra a economia popular”, destacou Bolsonaro, criticando a filosofia econômica do governo Lula, “achando que quanto mais taxar, mas vai arrecadar”, criticou Bolsonaro.
Em outubro deste ano, o governo Lula enviou para o Congresso o PLP (Projeto de Lei Complementar) 233/2023, que pretende manter a Caixa como administradora do seguro. Porém, não há nenhuma menção à cobrança de taxa de R$ 292,01. Nova taxa ainda não foi definida. O projeto de lei prevê que o valor a ser cobrado dos motoristas deverá ser baseado na soma total estimada no pagamento de indenizações. A taxa, na verdade, deixou de ser cobrada em janeiro de 2021, durante o governo Jair Bolsonaro (PL) e, desde então, o Planalto não editou nenhuma portaria para restituir a cobrança.
Bolsonaro lembrou que mesmo enfrentando uma pandemia de Covid-19 – “alguns falam que é choro de perdedor, não faltou dinheiro para os municípios”.
Azevedo lança projeto Pilote Seguro
Foto: João Gilberto
Durante a sessão solene comemorativa ao “Dia do Motociclista”, o autor da proposta, deputado Coronel Azevedo (PL), anunciou na Assembleia Legislativa o lançamento do projeto “Pilote Seguro”, um aplicativo de internet de livre acesso, em que os motociclistas terão conteúdo informativos sobre legislação de trânsito, prevenção de acidentes e primeiro socorros.
O deputado Coronel Azevedo criticou o governo do estado por não regulamentar “e não colocar em prática” a lei de sua autoria, datada de 2021, que institui a política de incentivo à segurança dos que usam, principalmente, a motocicleta, como ferramenta de trabalho.
Azevedo informou que a segunda etapa do projeto “Pilote seguro” será a doação de mil capacetes e mil coletes aos motociclistas, em face do apoio do deputado federal Generão Girãso (PL), que destinou R$ 750 mil em emenda parlamentar no orçamento geral da União com essa finalidade.
““É a primeira vez que a Casa faz homenagem aos motoclubes, assim faremos nos próximos anos que teremos de mandato”, disse Azevedo, que fez um relato para o presidente Jair Bolsonaro sobre as ações do seu governo que beneficiaram a população brasileira.
Antes de passar a palavra ao deputado Coronel Azevedo (PL), autor da proposta de sessão solene comemorativa do “Dia dos Motociclistas”, o deputado estadual Tomba Farias (PSDB), que havia recepcionado Jair Bolsonaro no exercício da presidência da Assembleia, também dirigiu-se ao ex-presidente: “Eu preciso só dizer uma coisa, os municípios e prefeitos do Rio Grande do Norte, todos sem exceção de nenhum, sente muito sua falta e saudade do seu governo”.
Bolsonaro ainda acredita na elegibilidade
O ex-presidente Jair Bolsonaro confia que pode reverter as decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o tornaram inelegível para disputar eleições em 2026. “Não sou a última bolacha do saco, tem muita gente boa por ai, mas acredito na possibilidade de retornar a minha elegibilidade para 2026, até porque a primeira foi porque me reuni com embaixadores, não foi com traficante no Morro do Alemão”.
Depois, Bolsonaro enumerou que a segunda inelegibilidade, foi porque posou ao lado do empresário Luciano Hang, “e não a dama do tráfico, como vimos agora em Brasília”. Segundo Bolsonaro, “queriam um motivo para torná-lo inelegível”, exemplificando que “isso acontece”, como exemplo, na Venezuela, “onde a esquerda, que está no poder, tira da frente quem pode ameaçá-la no futuro”.
O ex-presidente admitiu que tudo o que fez no seu governo, faria de novo: “Não existe governo perfeito, o que marca muito a história de um governo, é a questão da economia, nós enfrentamos uma pandemia, quase dois anos, uma guerra lá fora e uma crise hídrica enorme e mesmo assim, em 2022, terminou com números bem melhores do que recebi em 2019”.
TRIBUNA DO NORTE
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