Após a descoberta de mais um túnel na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, o Corpo de Bombeiros está, desde a manhã deste sábado (30), realizando buscas para localizar um preso, que possivelmente ficou soterrado no túnel.
De acordo com os agentes da unidade, uma contagem foi feita e apenas um detento não estava na lista. Com isso, acredita-se que o preso possa ter ficado dentro do túnel ao tentar fugir. Uma escavadeira foi levada até Alcaçuz para auxiliar aos bombeiros na localização, caso realmente se confirme que o detento ainda está dentro do buraco.
Na manhã deste sábado, os policiais militares da guarda externa do presídio e agentes penitenciários encontraram no mais um túnel construído pelos presos da unidade. O Buraco com cerca de 50 centímetros de diâmetro estava aberto do lado do muro externo próximo ao pavilhão 4.
Nesta segunda-feira (01), a Academia de Polícia Civil do Rio Grande do Norte (Acadepol) irá dar início às aulas do X Curso de Formação para Delegado de Polícia Civil Substituto. Participaram desta etapa de seleção do concurso, 60 candidatos.
As atividades irão começar às 08hs com uma aula inaugural a ser proferida pelas delegadas Ana Cláudia Saraiva Gomes e Karla Viviane de Souza Rego. A palestra intitulada “Delegado de Polícia como garantidor de Direitos” terá duração de duas horas e acontecerá no Auditório da Escola de Governo, localizado no Centro Administrativo do Estado. No período da tarde, a partir das 13hs, os alunos começarão a assistir às aulas na Acadepol. O curso, com duração de quatro meses, tem previsão de término para o dia 30 de setembro.
Em cinco meses, foram contabilizados 253 assaltos a ônibus na Região Metropolitana de Natal, sendo 205 na capital potiguar. Os números são do Sindicato dos Rodoviários do Rio Grande do Norte (Sintro), que representa os cobradores e motoristas que atuam nas linhas de ônibus da cidade. Apesar de considerar a situação preocupante, o sindicato elogia atuação da Secretaria de Segurança do Estado.Após os dois assaltos que ocorreram na noite de ontem (28), em Natal,onde uma mulher chegou a ser ferida com uma faca, o presidente do Sintro, Nastagnam Batista, afirmou que o número de crimes teve queda com relação ao mesmo período do ano passado.
"Nesse mesmo período do ano passado já tínhamos registrado mais de 300 assaltos", disse.
Mesmo com a baixa no número de assaltos, a média de crimes contra motoristas, cobradores e passageiros ainda é superior a 1,6 por dia. Para coibir a ação dos bandidos, Nastagnam Batista disse que o Sintro vai continuar buscando soluções conjuntas junto ao Poder Público e que paralisações, até o momento, seguem descartadas.
Reprodução/FacebookNastagnam Batista diz que números ainda são preocupantes
"Temos marcada uma reunião para o dia 10, onde vamos nos encontrar com a Sesed, Polícia Militar e Polícia Civil, que também tem trabalhado para prender esses criminosos que atuam nos ônibus. Vamos dar continuidade às reuniões e trocar ideias para que a gente possa reduzir ainda mais o número de assaltos", disse.
Números
Os dados do Sintro já conflitantes com os divulgados pela Sesed. O Poder Público afirma que houve uma redução de aproximadamente 50% no número de casos registrados até o dia 20 de maio deste ano, em comparação com o mesmo período de 2014. Segundo a Sesed, ocorreram 122 assaltos na Grande Natal até o dia 20.
Durante a coletiva de encerramento do 65º congresso da Fifa, que foi marcado por prisões de dirigentes da entidade, Joseph Blatter afirmou neste sábado (30/05) que não teme ser preso ou envolvido no escândalo de corrupção no futebol investigado pelas autoridades americanas.
"Eles têm o direito de investigar, se fizerem da forma correta. Eu não me preocupo com isso", disse o suíço, que foi reeleito pela quinta vez consecutiva para comandar a Fifa. Blatter ressaltou que as prisões realizadas na quarta-feira não afetam diretamente a entidade.
Questionado se teria medo de ser detido, Blatter rebateu: "Preso por quê? As investigações que continuem, definitivamente não têm haver comigo. Eu não tenho 10 milhões de dólares". O recém-reeleito presidente aproveitou o evento para comentar sua vitória.
"É como no futebol: quem perdeu pode ganhar amanhã. Eu sou o presidente de todas as organizações, até mesmo, daquelas que eram contra mim", reforçou, não deixando passar a oportunidade de atacar seus críticos.
Segundo Blatter, no passado foi a União das Federações Europeias de Futebol (Uefa) que interrompeu os planos da Fifa de submeter todos os funcionários da entidade a uma avaliação moral e ética. Ele lembrou que a Uefa é a responsável por suas federações.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "ajudou a mudar o equilíbrio do mundo ao trazer os países em desenvolvimento para o centro das coisas", opinou o historiador britânico Eric Hobsbawm, 94 anos. Ícone da historiografia marxista, ele se reuniu nesta quarta-feira (13) com Lula na residência do embaixador brasileiro em Londres, Roberto Jaguaribe. O convite foi feito pela equipe de Lula.
Autor do clássico "Era dos Extremos", Hobsbawm é considerado um dos maiores intelectuais vivos. Na saída da embaixada, ele deu uma rápida entrevista quando já estava sentado no banco de trás do carro, ao lado da mulher. Falando com dificuldade, o historiador teceu elogios ao governo Lula e disse que espera revê-lo mais vezes. O encontro durou cerca de uma hora e meia.
"Lula fez um trabalho maravilhoso não somente para o Brasil, mas também para a América do Sul." Em relação ao seu papel após o fim do seu mandato, Hobsbawm afirmou que, "claramente Lula está ciente de que entregou o cargo para um outro presidente e não pode parecer que está no caminho desse novo presidente".
"Acho que Lula deve se concentrar em diplomacia e em outras atividades ao redor mundo. Mas acho que ele espera retornar no futuro. Tem grandes esperanças para [tocar] projetos de desenvolvimento na África, [especialmente] entre a África e o Brasil. E certamente ele não será esquecido como presidente", disse.
Sobre o encontro, disse que foi uma "experiência maravilhosa", especialmente porque conhece Lula há bastante tempo. "Eu o conheci primeiro em 1992, muito tempo antes de ser presidente. Desde então, eu o admiro. E, quando ele virou presidente, minha admiração ficou quase ilimitada. Fiquei muito feliz em poder vê-lo de novo."
A respeito da presidente Dilma Rousseff, Hobsbawm afirmou que só a conhece pelo que lê nos jornais e pelo que lhe contam, mas ressalta a importância de o país ter a primeira mulher presidente.
"É extremamente importante que o Brasil tenha o primeiro presidente que nunca foi para a universidade e venha da classe trabalhadora e também seja seguido pela primeira presidente mulher. Essas duas coisas são boas. Acredito, pelo que ouço, que a presidente Dilma tem sido extremamente eficiente até agora, mas até o momento não tenho como dizer muito mais", falou.
Viagem de Lula
Lula chegou na Inglaterra na noite de terça-feira (12). Além de Hobsbawm, ele teve nesta quarta um encontro com a presidente da ONG inglesa Oxfam, Barbara Stocking, que se dedica à busca de soluções para a pobreza no mundo. O tema da conversa foi sobre projetos na África.
Nesta quinta-feira (14), Lula dará uma palestra a empresários em um seminário promovido pela Telefonica em Londres. Ele pretende falar sobre as perspectivas de investimento no Brasil e sobre o fortalecimento da democracia na América do Sul, sem focar em um país específico. A assessoria de Lula não divulga o valor cobrado pelo ex-presidente, mas especulações na imprensa apontam que gira em torno de R$ 200 mil. Será a terceira palestra desde que deixou o governo.
Em seguida, ele embarca para Madri, onde fica até sábado (16), quando volta ao Brasil. Na Espanha, ele vai receber um prêmio da Prefeitura de Cádiz na sexta e, no sábado, se reúne com o primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero. À tarde, assistirá ao jogo de futebol entre Barcelona e Real Madrid.
Os cinco sírios presos com passaportes falsos no Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, na Região Metropolitana de Natal, em novembro do ano passado, foram absolvidos hoje (30) pela justiça federal do Rio Grande do Norte. A sentença foi expedida pelo juiz Francisco Eduardo Guimarães Farias, da 14ª vara Federal. A absolvição decorreu do fato de que os estrangeiros estavam fugindo de uma zona de guerra. Ainda durante esta semana, os sírios Massoud Douka, Azzam Omar, Ahmad Abdul Rhman Douka, Salah Aldeen Abdul Rhman Douka e Ahmad Mohamad Douka também receberam o refúgio no Brasil, expedido pelo Ministério da Justiça. O grupo estava em liberdade provisória desde o dia 08 de abril. Eles estavam encarcerados no Presídio Professor Raimundo Nonato Fernandes, na Zona Norte de Natal. Hoje, eles estão abrigados na casa do empresário palestino, Muhamad Tawfik, representante da Associação Beneficente Mulçumana do Rio Grande do Norte. Radicado em Natal há mais de uma década, ele é o único contato com as famílias dos asiáticos em Natal. Todos os cinco não falam outro idioma senão o árabe. A defesa dos cinco estrangeiros foi feita pela Comissão de Relações Internacionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RN). Segundo o advogado Kleber Rafael Soares Gomes, a defesa utilizou a tese da inexigibilidade de conduta diversa. “Queríamos excluir a culpabilidade sob o argumento de que os atos praticados são perfeitamente ‘aceitáveis’ diante a guerra civil que assola a Síria”, detalha. O juiz Francisco Eduardo Guimarães Farias também levou em consideração a expedição do registro de refúgio do Conselho Nacional para os Refugiados. O caso dos sírios é acompanhado pelo NOVO JORNAL desde a edição de 25 de janeiro passado. Os estrangeiros queriam deixar a capital síria, Damasco, rumo a Europa. Fugiam de constantes bombardeios e confrontos entre o exército sírio e grupos terroristas contrários ao governo. Passaram por Líbano, Turquia até desembarcar no Rio de Janeiro, no início de outubro. Para isso, eles foram ajudados por uma quadrilha especializada em falsificação de passaportes. Em território brasileiro, o grupo recebeu documentos israelenses. Passaram ainda por Fortaleza e, no dia 6 de novembro, acabaram presos na capital potiguar. O destino almejado era a Holanda. O plano de fuga custou para cada um dos sírios a quantia de 9,5 mil euros. Todos eles fazem parte de uma mesma família. Os irmãos Salah, 35, e Ahmad, 47, são primos de Masoud, 27, e de Ahmad, 23. Já o outro preso, Azzam, 35, é irmão da esposa de Salah. Os sírios passaram cinco meses detidos. Dividiam a cela com traficantes, ladrões e assassinos. Também ficaram no meio de duas rebeliões em março passado. “Os crimes que eles comentaram foram para salvaguardar suas vidas, tendo em vista os constantes bombardeios em sua nação. Estamos felizes com a decisão, pois eles fugiram de uma guerra e acabaram entrando em outra, mas hoje inicia um novo marco na vida deles.”, completa o advogado.
Um homem-bomba matou duas pessoas nesta sexta-feira ao tentar entrar em uma mesquita muçulmana xiita no leste da Arábia Saudita, de acordo com testemunhas, no segundo ataque do tipo em uma semana. O Estado Islâmico reivindicou o atentado.
Uma testemunha identificada somente como Ahmed disse que estava com sua família perto da mesquita al-Anoud quando "uma rápida explosão" aconteceu. Ele não sabia a causa da explosão. Ele disse que um homem foi morto ao tentar impedir o homem-bomba de chegar à mesquita. Outra testemunha disse que um pedestre também foi morto pela explosão.
Moradores publicaram fotos do corpo do homem suposto de ser o autor do ataque, assim como fotos de grandes nuvens de fumaça preta acima da mesquita.
Perfis em redes sociais mostraram um vídeo com objetivo de mostrar a congregação dentro da mesquita reagindo com choque e alarme ao som da explosão fora do prédio.
Um atentado suicida em 22 de maio matou 21 adoradores em uma mesquita xiita no vilarejo de al-Qadeeh em um ataque de autoria reivindicada pelo Estado Islâmico.
Além do espanto que causa por toda a barbárie, o Estado Islâmico (EI) tem provocado um grande constrangimento militar e diplomático aos países engajados na luta contra ele, sobretudo os Estados Unidos. Contra um inimigo comum, adversários políticos combatem lado a lado no Iraque e na Síria – mas não sem levantar faíscas. A Arábia Saudita, que é sunita, se incomoda com a crescente influência de seu inimigo declarado, o Irã, xiita, no combate ao EI, também sunita. Diante da fragilidade do exército iraquiano, são as milícias xiitas que têm investido contra o Califado em solo e recuperado importantes porções de território, ainda que sem a ajuda oficial da coalizão internacional liderada pelos EUA. Na batalha pela cidade de Tikrit, por exemplo, aviões americanos mantiveram distância justamente para evitar parecer que estavam ajudando forças patrocinadas pelo Irã, segundo o jornal Washington Post. Apesar de sua relevância militar, grupos de direitos humanos denunciam abusos provocados por essas milícias em áreas sunitas.A preocupação para além do combate aos jihadistas aparece também quando Bagdá tenta conter o avanço das forças curdas. Os peshmergas, como são conhecidos, receberam treinamento dos EUA e aliados e tiveram papel importante em ofensivas terrestres no norte do país. O problema é que a região autônoma nutre um desejo de independência do Iraque, que só vem crescendo nos últimos meses. Como se não bastasse, na semana passada, os extremistas do EI ganharam mais um inimigo oficial. O grupo radical xiita Hezbollah prometeu reforçar a proteção da fronteira do Líbano com a Síria. O Hezbollah apóia o presidente da Síria, Bashar al-Assad.
O intrincado xadrez político do Oriente Médio, com suas diferentes etnias e religiões, já provocou outras distorções. Nos anos 80, a Arábia Saudita se tornou um importante parceiro dos americanos na Guerra Fria e enviou jovens guerreiros ao Afeganistão para combater os soviéticos que haviam ocupado o país. “Os sauditas e outros árabes que lutaram esperavam voltar para casa como heróis”, disse à ISTOÉ Natana DeLong-Bas, professora do Boston College e autora de diversos livros sobre o Islã. “Só que eles não tiveram essa recepção. Muitos se desiludiram e voltaram ao Afeganistão e outras zonas de conflito, como a Bósnia e a Chechênia, para continuar com a jihad.” Entre esses militantes, o mais famoso provavelmente foi Osama Bin Laden.
"Ninguém é grande demais para a cadeia. Ninguém está acima da lei."
Pouco mais de um mês após pronunciar essas palavras ao ser nomeada secretária de Justiça dos Estados Unidos, Loretta Lynch - a primeira mulher negra no cargo - coordenou a operação que prendeu oito cartolas da Fifa e foi considerada o maior escândalo da história do futebol.
Filha de um pastor protestante, Lynch nasceu quando as leis de segregação racial ainda eram vigentes nos Estados Unidos, formou-se em Direito em Harvard e ocupa hoje o principal cargo do Departamento de Justiça americano.
Ela atuava como procuradora-chefe federal no Brooklyn antes da promoção. Segundo o New York Times, Lynch supervisionou as investigações desde o início.
A decisão de dar o "ok" para a operação ir em frente e de pedir à polícia suíça que executasse as prisões foi dela.
Oito dirigentes da Fifa foram presos na quarta-feira - entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin.
Lynch nasceu na Carolina do Norte em 1959. À época, os negros dos Estados do sul dos EUA ainda era submetidos a leis de segregação entre brancos e negros.
Apesar disso, seu pai, o reverendo Lorenzo Lynch, um pastor protestante, acreditava que a lei poderia ser uma força para a mudança. E, quando a futura secretária de Justiça era pequena, ele costumava levá-la aos tribunais locais.
"Quando eu era criança, as pessoas nos diziam para ficar longe dos tribunais", disse Lorenzo à BBC. "Mas eu achava que era uma instituição positiva, e queria que ela tivesse uma visão diferente", completou.
As leis de segregação foram derrubadas no meio dos anos 1960, mas o racismo permaneceu.
A mãe de Lynch, Lorine, lembra que as professoras da filha tinham dificuldade em aceitar sua inteligência.
Quando ela estava na 2ª série - tinha 7 ou 8 anos - ela teve que fazer uma prova outra vez porque tinha ido bem demais na primeira.
"As professoras acharam que algo estava errado, porque ela era afroamericana e os alunos brancos tinham tirado notas mais baixas", disse Lorine à BBC.
Na segunda prova, ela tirou uma nota maior ainda.
Carreira
Nada disso afetou as aspirações de Lynch. Durante toda a infância, ela sonhava em estudar em Harvard, onde estudou Literatura Inglesa antes de fazer Direito.
Ela levou a sério a universidade. "Na faculdade, as pessoas costumam usar jeans, roupas despojadas, mas eu não lembro de uma vez em que Loretta estivesse desarrumada. Eu costumava implicar com ela perguntando se ela não tinha nenhuma roupa de brincar", conta a advogada Karen Freeman-Wilson, que estudou com ela.
Trigêmeas
Os escritórios de advocacia de Nova York ainda eram muito masculinos e muito brancos quando ela começou a trabalhar no Cahill Gordon and Reindel, no meio dos anos 1980.
Havia outras duas mulheres negras entre os associados e elas mesmas se referiam a elas como "as trigêmeas" - porque as recepcionistas do local, apesar de saber o nome de todos os 250 homens, não conseguiam diferenciá-las.
Seu primeiro grande caso - em 1999, pouco depois de ser nomeada pelo então presidente Bill Clinton para a procuradoria do Distrito Leste de Nova York - lembra os que provocaram protestos recentemente nos EUA.
O haitiano Abner Louim foi preso após uma briga fora de uma boate e acusado de bater em um policial.
A polícia depois admitiu que a acusação era falsa e que Louim foi espancado.
Calma sob pressão
Durante o julgamento, um dos policiais envolvidos alegou que namorava uma negra e que isso mostraria ser pouco provável que ele tivesse violado os direitos de um negro.
Alan Vinegrad, que trabalhou com Lynch no caso, diz que ela acusou o agente de "se esconder atrás da cor da pele de sua namorada".
Foi ousado, mas feito de um jeito "calmo e comedido", segundo ele.
Ao longo da carreira, ela esteve envolvida em processos contra terroristas e mafiosos, além de políticos acusado de corrupção - dos dois partidos dos EUA -, policiais que cometeram abusos contra prisioneiros e bancos acusados de fraude.
A capacidade de Lynch de se manter calma foi um dos pontos altos durante o longo processo de aprovação no Senado - ela foi indicada pelo presidente Barack Obama em novembro, mas sua nomeação só foi aprovada pelo Senado em abril. A demora teve relação com uma briga partidária - mas a Casa também foi acusada de racismo.
"Muitos de nós olhamos o tratamento que ela recebeu e não nos sentimos bem, não sentimos que estava sendo justo", disse a amiga Karen Freeman-Wilson.
"Mas a reação dela foi 'Tudo bem, vamos manter nossa cabeça e olhos no prêmio'", completa.
Fifa
Nesta quarta-feira, exatamente um mês após assumir o cargo, Lynch ganhou as manchetes de todo o mundo com a prisões dos dirigentes da Fifa.
"O indiciamento sugere que a corrupção é desenfreada, sistêmica e tem raízes profundas tanto no exterior como aqui nos Estados Unidos”, disse ela.
"Essa corrupção começou há pelo menos duas gerações de executivos do futebol que, supostamente, abusaram de suas posições de confiança para obter milhões de dólares em subornos e propina."
O esquema, segundo ela, prejudicou profundamente uma vasta gama de vítimas, de ligas jovens de futebol a países em desenvolvimento que deveriam se beneficiar dos recursos gerados pelo esporte.
"As ações de hoje (quarta-feira) deixam claro que o Departamento de Justiça pretende acabar com qualquer prática de corrupção, acabar com as más condutas e trazer malfeitores à Justiça", disse Lynch, acrescentando que quer trabalhar em conjunto com outros países para alcançar este objetivo.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi derrotado na Justiça num caso em que movia contra os principais motores de busca da Web, como Yahoo, Google e Bing, que solicitava que fossem ‘censuradas’ todas as buscas que atrelassem o seu nome a notícias ‘desfavoráveis’. Os advogados do senador declararam que pretendem recorrer da decisão.
Aécio Neves e a coordenação de sua campanha decidiram há dois anos que era necessário fazer uma campanha que obstruísse os detratores do tucano. Aécio afirma que as notícias são parte de uma campanha feita por militantes governistas financiados com dinheiro público.
A decisão do juiz do Tribunal de Justiça de SP negou o pedido comparando os motores de busca a ‘bibliotecários virtuais’, que, ao receber a solicitação de um livro, simplesmente localizam o livro para o solicitante e que não cabe a esse ‘bibliotecário’ avaliar ou não se trata de “práticas nazistas, fascistas ou comunistas”.
A queixa de Aécio tinha ênfase na ligação sua com um desvio de cerca de R$4 bilhões na saúde em MG quando era governador do estado. Na interpretação dos advogados dele - que foi refutada pelo juiz - a notícia deixava subentendido que Aécio tinha desviado o dinheiro e não que era acusado disso. Apesar de ter havido uma ação do Ministério Público neste sentido, ela foi arquivada pela justiça mineira.
Ainda na sentença, o juiz disse que uma obstrução na busca por notícias do tipo seria um retrocesso à liberdade de expressão. Essa é a compreensão jurídica existente também nos Estados Unidos. Na Europa, apesar da legislação ser clara a esse respeito e seguir o mesmo princípio, uma decisão da justiça espanhola permitiu que o Google ficasse proibido de mostrar resultados ligando um empresário espanhol a uma falência de uma empresa sua dez anos antes. O empresário alegou que a informação “não era mais relevante”, mas o Google e diversas entidades de defesa da liberdade de expressão afirmam que a decisão espanhola abre precedente para a censura.
O gigante americano da internet Google anunciou nesta quinta-feira ter recebido 70.000 pedidos de internautas europeus para suprimir seus dados pessoais do site de buscas desde 30 de maio, quando adotou o "direito ao esquecimento", imposto pelo Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE).
No primeiro dia da entrada em vigor da nova regulamentação, o Google recebeu mais de 12 mil pedidos e agora está se estabilizando em aproximadamente "uma média de 1.000 por dia em toda a Europa", prosseguiu o comunicado.
(Lusa) — O Departamento de Estado norte-americano está preocupado com o “impacto negativo” que a condenação do jornalista Rafael Marques vai ter na liberdade de expressão e de imprensa em Angola.
“Os Estados Unidos estão profundamente dececionados com a condenação de Rafael Marques por difamação e estão preocupados com o impacto negativo que esta decisão vai ter sobre as liberdades de expressão e imprensa em Angola”, refere em comunicado o Departamento de Estado.
O Corpo de Bombeiros localizou no fim da tarde de hoje (30) os corpos dos três funcionários da obra da Usina Belo Monte, no Pará, que estavam sob os escombros de um dos silos da central de concreto que desabou durante uma operação de descarga de caminhões de cimento por volta das 2h desta madrugada.
De acordo com o Consórcio Construtor Belo Monte, que administra a obra, as vítimas são: Denivaldo Soares Aguiar, José da Conceição Ferreira da Silva e Pedro Henrique dos Santos Silva, que atuavam como ajudantes de produção. Em nota, o consórcio lamentou o acidente. “O CCBM solidariza-se com a dor dos familiares e amigos, e está prestando todo o apoio às famílias”, diz trecho do documento.
Mais três pessoas que foram atingidas no desabamento foram socorridas por equipes médicas do Corpo de Bombeiros. Dois sofreram ferimentos leves e um teve fratura no ombro.
Os dados do PIB do primeiro trimestre, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira, confirmam o que consultorias econômicas vinham prevendo há algum tempo: 2015 será um ano de aperto.
Entre janeiro e março, a economia retraiu 0,2% em relação ao trimestre anterior e 1,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. "Houve queda tanto no consumo das famílias, quanto no investimento e gastos do governo", analisa o economista e professor do Insper João Luiz Mascolo.
Especialistas esperam que o segundo trimestre seja ainda mais difícil, em parte em função do anúncio, feito na semana passada, de que o governo pretende cortar R$ 69,9 bilhões do orçamento de 2015.
"Não há dúvida de que ainda vai piorar antes de melhorar", diz Mascolo.
"Pelas estimativas mais otimistas, uma recuperação só ganhará fôlego em 2016", concorda Márcio Salvato, coordenador do Curso de Economia do Ibmec-MG.
Até o governo já admite que o PIB deve cair 1,2% neste ano, o que seria a maior contração econômica vivida pelo país desde 1990, quando o governo Collor confiscou a poupança de milhares de pessoas desatando uma onda de demissões e falência de empresas.
Nos últimos anos, os brasileiros se acostumaram a um cenário de relativa bonança. Os salários vinham subindo, o índices de desemprego batiam recordes históricos de baixa e o acesso ao crédito estava cada vez mais fácil.
O que esperar, então, de um ano de recessão? E como se preparar para as incertezas e o aperto econômico dos próximos meses? A BBC Brasil consultou analistas financeiros e economistas para responder a essa questão. Confira:
Emprego em risco?
Se as previsões dos analistas estiverem corretas, centenas de milhares de brasileiros perderão seu ganha-pão este ano.
Em abril, a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE registrou uma taxa de desemprego de 6,4%, a maior desde março de 2011. O índice ainda é baixo se comparado aos do início da década passada (que costumavam ter dois dígitos). Mas há um ano, era de 4,9%.
Já há setores que enfrentam demissões coletivas, como as montadoras, a construção civil e petróleo e gás (cuja crise foi acentuada pelas repercussões da Operação Lava Jato).
Um levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostrou que só a indústria paulista no ano passado teve uma perda de 128 mil postos de trabalho. E para este ano as perspectivas não são muito melhores.
"O desemprego está aumentando e infelizmente isso é só o começo, porque o mercado de trabalho reage ao cenário econômico com defasagem", diz Alessandra Ribeiro, analista da consultoria Tendências. "Pelos nossos cálculos teremos uma média de 370 mil desempregados a mais que no ano passado."
Para Samy Dana, professor de Finanças da FGV-SP, diante de um cenário como este é importante que as famílias mais vulneráveis revisem seus gastos e acumulem reservas.
Márcio Salvato, do Ibmec-MG, concorda e recomenda que essas economias para emergências sejam colocadas em uma aplicação de baixo risco, como um fundo de renda fixa ou títulos do tesouro.
"Um trabalhador que perde o emprego hoje provavelmente demorará mais para achar outra coisa - e possivelmente terá de aceitar um salário menor", diz Dana.
"Se alguém da família corre o risco de ficar desempregado, o ideal é que seus integrantes enxuguem seus gastos fixos para fazer uma reserva de precaução o quanto antes. Talvez seja hora de cortar a TV a cabo ou contratar um plano mais barato de celular. Eles também devem evitar fazer grandes compras ou comprometer o orçamento com a prestação de um carro ou imóvel."
Para Salvato, para alguns profissionais também pode valer a pena investir em formação e reciclagem.
"Em um ambiente de mais competição pelos postos de trabalho disponíveis, uma boa formação ou um treinamento específico podem fazer a diferença. Às vezes, pode até valer a pena pensar em mudar de área, se você trabalha em um setor que teve uma freada brusca", diz ele.
"Além disso, essa é hora de se empenhar para garantir a produtividade de seu trabalho, porque profissionais vistos como pouco produtivos no geral estão entre os primeiros a serem demitidos."
Bolsos mais vazios
Até o ano passado, era comum ouvir histórias de profissionais que pulavam de uma empresa para outra atraídos por salários mais altos. A partir deste ano, o grande diferencial de um bom emprego parece ser estabilidade.
A PME, do IBGE, já vem registrando quedas sucessivas na renda dos trabalhadores. Em abril, o rendimento real médio registrou a terceira queda consecutiva, ficando em R$ 2.138. O recuo foi de 0,5% frente a março e de 2,9% frente ao mesmo período de 2014.
"Em um cenário como esse, quem é demitido pode ter de aceitar um salário menor para voltar ao mercado", diz Dana. "Além disso, deve ficar cada vez mais difícil negociar aumentos para repor a inflação."
"Mesmo os sindicatos que estão saindo na rua hoje estão reivindicando estabilidade. Não há ambiente por uma briga por salários mais altos", concorda Salvato, do Ibmec.
A inflação, que segundo as previsões do mercado deve ficar em 8,2%, também ajuda a apertar o orçamento das famílias brasileiras.
E ainda é preciso pôr na conta um possível aumento de impostos.
"Já tivemos um aumento da carga com as altas da Cide, sobre os combustíveis, e do IPI dos carros, por exemplo. Mas é bem possível que venham mais aumentos por aí" , diz Ribeiro.
Ela explica, que, pelas contas de analistas da Tendências, sem esses aumentos vai ser muito difícil para o governo entregar o superavit de 1,2% do PIB, prometido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ainda mais considerando o impacto do desaquecimento da economia na arrecadação.
"Por isso, o momento é mesmo de revisar gastos e cortar o que não for essencial", aconselha Dana.
Casa própria ou aluguel?
Os preços médios de imóveis em 20 cidades brasileiras já registraram uma queda real de 3,47% neste ano de acordo com o índice FipeZap.
Os mercados imobiliário de cada região e cidade brasileira têm dinâmicas próprias, mas Eduardo Zylberstajn, coordenador do índice, diz que no geral, os preços tendem a continuar caindo este ano em função de dois fatores.
Primeiro, o aumento do desemprego e a queda nos salários, que reduz a demanda do setor. "Esse é um mercado que depende muito da renda e confiança dos consumidores", diz Zylberstajn.
De outro, as mudanças nas regras da Caixa Econômica Federal para o crédito imobiliário, que reduzem o teto de financiamento com recursos da poupança para a compra de imóveis usados.
"Mas não vejo o risco de nada que se assemelhe a um 'estouro de bolha' no mercado imobiliário. O que devemos ter é um período de correção moderada de preços", diz ele.
Para quem quer comprar um imóvel, vale a pena esperar uma queda maior?
Ribeiro, da Tendências acredita que sim. Já para Zylbertajn vale a pena ficar de olho no mercado para tentar uma barganha desde já.
"Ao encontrar um imóvel de seu interesse você pode fazer uma oferta 20%, 15% mais baixa que o preço oferecido. Quem precisa vender sabe que no atual cenário é provável que tenha de aceitar um desconto", diz.
No caso do aluguel, a recomendação de muitos economistas e analistas financeiros é que se tente uma renegociação de contratos. "Mesmo antes do vencimento você pode tentar pagar menos se notar que o aluguel de outros imóveis em sua região está caindo", diz Dana.
Ribeiro, porém, acredita que, embora os preços do aluguel já tenham mostrado uma boa desaceleração este ano, "as novas dificuldades para o acesso ao crédito para a compra de um imóvel podem bloquear essa queda."
Câmbio volátil
Segundo as previsões do mercado, registradas no relatório Focus, do Banco Central, o dólar deve fechar o ano em R$ 3,20, mantendo uma média de R$ 3,07 ao longo de 2015.
Mas em função do cenário doméstico complicado e de uma série de incertezas relacionadas a recuperação da economia internacional também podem haver surpresas sobre esse indicador.
"Devemos ter muita volatilidade no câmbio. Ao que tudo indica, o Fed (Banco Central americano) deve começar a aumentar os juros no segundo semestre deste ano, o que tende a provocar uma valorização do dólar. Mas as variáveis que influenciam esse mercado são muitas - também temos as expectativas sobre a implementação do ajuste fiscal no Brasil - então é difícil fazer previsões de médio prazo", diz Ribeiro, da Tendências.
Dana diz que planos de viagens e estudos no exterior precisam ser repensados diante do novo patamar do dólar e dessa esperada volatilidade. A queda de 16% nos gastos de brasileiros no exterior nos primeiros meses deste ano mostra que muitos já estão refazendo as contas.
"Ao menos esse novo patamar do dólar faz com que tenhamos uma boa notícia no que diz respeito aos dados do PIB: as exportações estão começando a se recuperar", opina Ribeiro.
Mascolo, do Insper, concorda. Ele nota que o setor externo foi o que evitou uma queda mais acentuada no PIB do primeiro trimestre. "As exportações cresceram 5,7% em relação ao trimestre anterior", diz. "E o novo patamar do dólar também ajuda a indústria, ao dar mais competitividade a produtos brasileiros frente a concorrência externa."
Em 2014, a balança comercial brasileira teve deficit de US$ 3,93 bilhões. Para este ano, o mercado espera um superavit de US$ 4 bilhões.