Fonte: O Globo
RIO — O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato embarcou nesta quinta-feira, na Itália, em voo comercial com destino ao Brasil. Escoltado pela Polícia Federal (PF), o mensaleiro foi entregue pelas autoridades italianas em Milão. A PF informou que a chegada ao aeroporto de Guarulhos está prevista para a manhã de hoje. Pizzolato está fora do Brasil desde setembro de 2013, quando fugiu do país pouco antes de ser condenado definitivamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela participação no mensalão.
Condenado a 12 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro, Pizzolato usou, na fuga, documentos do irmão morto, mas foi preso em Maranello, na Itália, em fevereiro do ano passado. A extradição foi autorizada no mês passado.
Acompanham Pizzolato um delegado, dois agentes e uma médica. Depois que desembarcar em Guarulhos, o ex-diretor do Banco do Brasil será conduzido para uma delegacia da PF no aeroporto, onde será algemado.
O grupo pegará um avião da PF para Brasília, onde Pizzolato fará exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Depois, ele será levado para o presídio da Papuda, onde ficará preso.
Henrique Pizzolato deixou a penitenciária de Sant'Anna de Modena, no norte da Itália, no início da manhã de ontem. Ele foi levado em uma van pela polícia até o aeroporto de Milão.
Nos próximos dias, os advogados de Pizzolato vão ingressar no STF com um pedido de revisão criminal. Na prática, trata-se de um pedido para um novo julgamento na Corte. Para fazer uma solicitação desse tipo, o condenado na Justiça precisa trazer alguma prova nova que não tenha sido analisada anteriormente.
É o sogro de Pizzolato, João Francisco Haas, quem tem se reunido com um grupo de três advogados para montar as estratégias para o pedido de revisão criminal. Eles contam com a ajuda de Andréa Haas, companheira de Pizzolato há cerca de 30 anos. Advogado que atua na área de direito imobiliário, João Francisco publicou em junho o livro “O verdadeiro processo do mensalão”, no qual defende que o genro não praticou nenhum crime. Em entrevista ao GLOBO, ele preferiu não falar que novas provas são essas a serem anexadas à ação. Afirmou também que foi estratégico esperar passar um tempo para ingressar com o pedido, uma vez que há novos ministros no Supremo.
— O receio que se tinha em entrar com revisional é que enquanto o ministro Joaquim Barbosa permanecesse (no STF), a gente sabia dos posicionamentos e imposições dele — afirmou João Francisco, que diz que os ministros não podem levar em conta no julgamento desse recurso o fato de Pizzolato ter fugido do país:
— Não atrapalha (a fuga do Brasil). O Pizzolato não é um fugitivo da Justiça, mas da injustiça.
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