Fonte: Novo
O procurador-geral da Justiça, Rodrigo Janot, nesta semana ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de mais um inquérito para investigar o senador José Agripino, presidente nacional do DEM. A acusação deste terceiro inquérito contra o senador é por crime de peculato qualificado e lavagem de dinheiro, segundo publicou o jornal Folha de São Paulo.De acordo com matéria da Folha, a solicitação foi distribuída nesta sexta (19) no STF e terá como relatora a ministra Rosa Weber.
O pedido, segundo o jornal, é para investigar um possível funcionário fantasma, Victor Neves Wanderley, do gabinete de José Agripino no Senado. Segundo a publicação, Wanderley foi nomeada ao cargo de assessor parlamentar a partir de 2009 e, em datas próximas ao pagamento, fez saques em espécie e depósitos na conta de Raimundo Alves Maia Júnior, primo do senador. A PGR obteve as informações através da quebra de sigilo bancário.
Nos registros do Senado, o possível funcionário fantasma ainda atua como assessor parlamentar de José Agripino, lotado no "escritório de apoio ao senador", com um salário-base de R$ 7.415,57, segundo o registro de outubro deste ano.
A Folha destaca que encontrou a primeira mensão ao funcionário fantasma no "Diário Oficial" de março de 2009, época em que Wanderley foi lotado no gabinete da liderenã do Democratas, e ele também atuou no gabinete de José Agripino, ao menos em 2010.
Na matéria da Folha consta que a Procuradoria-geral aponta proximidade dentre o recibimento de diversos depósitos de salários, que somam R$ 158 mil, e o repasse ao primeiro de José Agripino com montante de R$ 127 mil. Ao menos outros R$ 42 mil foram sacados em espécie pelo tal funcionário fantasma, em datas próximas a pagamentos que totalizam R$ 67 mil, escreveu a Folha.
No documento escrito por Janot e enviado ao STF está o seguinte texto reproduzido pela Folha: "Observa-se que, em quase todo o período em questão, nas memas datas de recebimento de vencimentos do Senado Federal, ou em datas próximas, Victor Neves Wandereley efetuou daques em espécie de quantias consideráveis, mutias vezes equivalentes à remuneração auferida, o que aponta no sentido de repasse oculto de pelo menos parte de seu salário a um terceiro, possivelmente o próprio José Agripinio Maia".
Segundo ainda a matéria da Folha, em depoimento à Polícia Federal, o possível funcionário fantasma de José Agripino apesar de receber salário do Senado, nunca trabalhou na Casa, e é funcionário de uma farmácia pertencente ao tio dele, de nome Adriano Alberto de Souza Wanderley, que também apresentou movimentações financeiras suspeitas.
A Procuradoria pede ao presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, aprofundamento nas investigações, ao "realizar diligências que reúnam maiores informações sobre os fatos, até mesmo para balizar a extensão, a amplitude, a profundidade e o próprio período do afastamento de segredo de dados que o caso requer".
A suspeita, de acordo com a Folha, ocorreu de um levantamento feito pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), órgão do Ministério da Fazenda, responsável pela verificação de movimentações financeiras fora do padrão, o que teria ocorrido com Victor Neves Wanderley e Adriano Alberto de Souza Wanderley.
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