O Brasil de hoje parece estar vivendo a erupção de vulcão fascistizante a expelir seus detritos e fazer escorrer suas lavas tenebrosas em forma de preconceitos, difamação, atentados ao pudor e à vida, demonização de políticos, governantes e cidadãos eleitores do Partido dos Trabalhadores (PT).
As manifestações políticas de oposição ao ex-presidente Lula e à presidente Dilma e ao PT vêm demonstrando sua destemperança desde junho de 2013, com as tentativas desmoralizadoras do governo brasileiro como despreparado para realizar a Copa Fifa. Na ocasião, a presidente Dilma foi refém de vaias e palavrões dos mais obscenos, reveladores do rebaixado nível moral e cívico daqueles brasileiros que regurgitaram seus excrementos políticos.
Pressionar governos com proposituras alternativas e diálogo, está provado, não tem sido a característica das oposições do Brasil atual. Seus principais líderes ombreiam-se taticamente a setores midiáticos e movimentos de protestos golpistas, para destituir a presidente Dilma, legitimamente eleita, com base em popularidade medida em pesquisas de opinião.
Assim, embalados pela grande mídia nacional na crítica diária à atual crise econômica brasileira - não considerada como parte da demorada crise global do capitalismo -, acrescida de seletivas denúncias e investigações de corrupção, muitos brasileiros não estão percebendo a onda ultraconservadora que se avoluma, pelas redes sociais e em atos de rua, com apologia à violência, decretações de pena de morte a políticos, manifestações verbais obscenas e atentado à moral da presidente da República Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula.
Somem-se a isso os ataques com bomba incendiária à sede do PT (Jundiaí-SP) em 15 de março, e à sede do Instituto Lula (São Paulo) em 30 de julho do ano corrente.
Em tudo isso desenha-se uma perigosa onda de desestabilização política. É preciso, em favor do Estado de Direito e da ordem democrática, conter essa escalada do ódio, investigando e punindo com rigor os responsáveis por essas ações extremas que beiram o terrorismo político, e não apenas encará-los como vandalismo.
Marcos José Diniz Silva
marcosjdiniz12@gmail.com
Historiador e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece)
Nenhum comentário:
Postar um comentário