Fonte: Colunista Daniel Menezes
Desde os tempos do ex-senador e ex-governador, Dinarte Mariz, que a família Maia desempenha posição de destaque na política norte-riograndense.
Contemporaneamente, o poder dos Maia é capitaneado pelo atual senador José Agripino Maia (DEM). Estreante na política do Rio Grande do Norte, através de indicação bionica pelo regime ditatorial para ser prefeito de Natal, o jovem engenheiro foi depois governador e manteve a bandeira da referida oligarquia pujante, apesar de algumas idas e vindas.
É cedo para tecer maiores previsões. Porém, o fato concreto é que este grupo político histórico das terras de poti terá dificuldade para se reinventar diante dos percalços pelos quais vêm passando. Encalacrado pelo Supremo Tribunal Federal em diversas denúncias e estrela da lista da Odebrecht, Agripino ficou sem bandeira, sem discurso. As muitas suspeitas que envolvem seu nome, aliadas a mudança na legislação eleitoral, podem, além disso, lhe retirar a fama de grande articulador de financiamento de campanhas. Sua atuação parlamentar era fortemente centrada na ideia da defesa da ética. Os últimos acontecimentos retiraram o lastro de JáJá. O que dirá na próxima eleição estadual quando terá de renovar seu mandato?
Ao contrário da família Alves, Agripino fez o seu filho deputado federal e só. A sua agremiação está em franca decadência. O DEM só encontrará sobrevida, caso seja bastante ajudado por um governo pós-impeachment da presidente Dilma Rousseff. E precisa contar com a improvável consagração do amadorismo generalizado dos seus oponentes.
Ainda assim, O DEM terá de bater de frente com outras forças que ganham a cena da política do Rio Grande do Norte. Os ataques de última hora de Agripino contra a gestão de Robinson Faria sinalizaram o seu temor em relação ao crescimento do PSDB de Ezequiel Ferreira de Souza, presidente da Assembleia Legislativa do RN. A possibilidade do grupo de Agripino perder a vaga que hoje ocupa no senado é real.
Tido como um político “tradicional”, José Agripino não conseguiu modernizar seu perfil. Hoje, é rejeitado pela juventude e pelo eleitorado urbano, fortemente impactados pelo espírito das manifestações de junho de 2013. Além disso, ao contrário dos Alves, não cacifa ninguém da família. Seu filho, Felipe Maia, poderia ficar só chupando o dedo, caso ingressasse numa disputa senatorial.
Estabelecer um fim para um político profissional como é o líder do grupo Maia é sempre complicado. Daí a dificuldade em fazer maiores previsões. Mas a família Maia não encontrará terreno fértil no futuro da política. É uma oligarquia decadente e ameaçada.
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