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domingo, 27 de março de 2016

Esquecida há 26 anos! Falta de manutenção na Ponte de Igapó traz riscos à segurança



Fonte: Portal no Ar 

A Ponte de Igapó, estrutura que liga a Zona Norte às demais regiões de Natal, não passa por uma manutenção estrutural desde 1990, dois anos após o fim da obra que deu a atual configuração ao instrumento urbano. A falta de manutenção não preocupa os técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que garantem que não há riscos de desabamento. Há no entanto, quem discorde.
É o caso do engenheiro civil e ouvidor do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (Crea-RN), Eunélio Silva. Segundo ele, a estrutura precisa de uma reforma urgente porque a cada ano que passa, o risco desabamento aumenta.
“Há três ou quatro anos fiz uma vistoria no local e fiquei muito preocupado. Na época já achei a estrutura bastante deteriorada, imagine hoje”, relatou.
O engenheiro diz que o local é muito ativo tanto pelos veículos quanto pelo movimento do rios, que, de acordo com ele, sobe duas vezes por dia e cobre boa parte das pilastras. “A sorte é que os pilares são de de concreto e tem uma boa capacidade de carga. Por isso digo que o risco existe, mas ele só não é iminente por causa disso”, explicou o ouvidor do Crea, que acrescentou que o aceitável era ser feita uma revisão estrutural no local num intervalo médio de cinco anos.
A última intervenção aconteceu quando o equipamento ainda era responsabilidade do 14º Distrito Rodoviário Federal, do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). A informação é do próprio Dnit, que atualmente administra a via, e reforça a ausência de risco.
“O Dnit ratifica informações fornecidas anteriormente aos meios de comunicação do Rio Grande do Norte de que não existe risco estrutural iminente ou futuro de colapso das pontes de Igapó”, afirmou à reportagem do portalnoar.com o superintendente Regional, Ezio Gonçalves dos Reis, por email.
Nesta quinta-feira (17), a reportagem voltou a procurar a superintendência regional do Dnit para questionar sobre o longo tempo sem manutenção, mas foi informada pela assessoria de imprensa que em razão de viagem do superintendente, não poderia se pronunciar até a próxima segunda-feira (21).
Licitação
O Dnit repassou à reportagem que os dados referentes a contrato e serviços executados no local foram transferidos para a inventariança responsável pela extinção do DNER, ocorrida em Brasília no ano de 2002. Desde que o Dnit tomou a posse da ponte, não há registros de qualquer manutenção mais profunda na estrutura.
O órgão diz que a atual ponte de concreto que liga as zonas Norte à Oeste da capital, deve receber somente neste ano um trabalho estrutural. Segundo informações repassadas por email, está previsto o lançamento de uma licitação ainda neste ano, mas ainda não há nada definido.
Estrutura
A ponte possui pouco mais de 600 metros de comprimento e, segundo repassado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), recebe um fluxo diário de 26 mil veículos justamente por ligar duas das regiões mais populosas da cidade: as zonas Norte e Oeste.
O Dnit diz que há 26 anos não há manutenção na ponte, e o engenheiro civil Eunélio Silva diz que há pelo menos dez anos existe um problema e a estrutura física não é a ideal. É visível, além de algumas pichações, a incidência do tempo e da natureza nos pilares. A reportagem esteve no local e verificou as estruturas de ferro internas à mostra.
Em pelo menos três pilares é possível ver a ferrugem se sobressaindo ao concreto da ponte. Rachaduras estão presentes em praticamente todas as estruturas de sustentação e marcas de cor escura que vão pelo menos até a metade das pilastras indicam a altura que o rio pode chegar. É o mesmo cenário que o engenheiro civil Eunélio diz ter observado em sua vistoria anos atrás.
Histórico
Antes da ponte vista hoje sobre o Rio Potengi, foram construídas duas estruturas. A primeira foi construída em 1913 e inaugurada em 1916. Ela era totalmente de ferro e só possuía duas vias em sentidos opostos, além de uma linha férrea. Devido ao crescimento urbano da Zona Norte e o aumento do fluxo de carros, a estrutura metálica foi substituída por uma segunda ponte de concreto. É essa a estrutura existente até hoje. Ela foi concluída em 1970 e em 1988 foi construída um complemento que formou uma ponte só, com mais de 600 metros de extensão e quatro vias (mais a via férrea).

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