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segunda-feira, 29 de setembro de 2025

EaD supera presencial em matrículas e vira principal acesso a educação superior


 Foto: Reprodução

Rodolfo Guimarães, vice-presidente de Operações Parceiras da Estácio, observa que o EaD, com mais de 30 anos de história, “deixou de ser alternativa para se tornar o caminho principal para milhões de brasileiros”. Ele atribui o movimento a três grupos de estudantes: aqueles que não conseguiram financiamento público e não podem arcar com um curso presencial; os que moram em cidades pequenas que não comportam um campus, mas têm polos de EaD; e os que concluíram o ensino médio, não ingressaram na faculdade e agora buscam uma nova oportunidade.

Para ele, a pandemia de Covid-19, que exigiu das instituições de ensino superior – privadas ou públicas – uma adesão massiva ao ensino remoto, “acelerou o que já estava em curso”, pois o cenário já apontava para um crescimento do EaD. Guimarães cita a expansão tecnológica, a familiaridade dos estudantes com plataformas digitais e a flexibilidade de horários como outros fatores para esse cenário.

Carmem Rêgo, secretária de Educação a Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), destaca que o crescimento também reflete “fatores de natureza social e econômica, tais como a flexibilidade que a modalidade permite ao estudante de conciliar a rotina cotidiana, atraindo os jovens e adultos que já estão inseridos no mercado de trabalho, a relação custo-benefício que possibilita a economia com despesas de transporte e alimentação, o crescimento da credibilidade da modalidade e a mudança no perfil dos jovens estudantes na cultura digital”.

Rodolfo Guimarães, vice-presidente de Operações Parceiras da Estácio
Rodolfo Guimarães, vice-presidente de Operações Parceiras da Estácio – Foto: Reprodução

Os dados, diz a gestora, revelam ainda a expansão desordenada da oferta de cursos de ensino superior na modalidade a distância por instituições da rede privada. O maior percentual de matrículas dos cursos a distância está na rede privada (95,9%).

A Estácio tem mais de 70% de seus alunos matriculados em cursos EaD e semipresenciais. A faculdade possui uma plataforma com mais de 400 mil alunos e 2.500 polos de educação, em mais de 1.400 cidades brasileiras.

Já a UFRN tem 1.842 estudantes matriculados em cursos superiores, na modalidade Educação a Distância, sendo nove licenciaturas e um bacharelado, e 1.055 estudantes matriculados em pós-graduação lato sensu.

Censo da Educação Superior 2024

O Brasil atingiu a marca de 10.227.226 de estudantes no ensino superior em 2024, um aumento de 2,5% em relação a 2023. Desse total, 5,01 milhões ingressaram no ensino superior no ano passado. Entre 2014 e 2024, as matrículas na educação superior aumentaram 30,5%.

O Censo revelou ainda que a matrícula em EaD estava presente em 3.387 municípios brasileiros (61%), um aumento de 97% em comparação com 2014. Em relação ao grau acadêmico, o bacharelado representa 60% das matrículas, seguido pelos cursos tecnológicos (20,2%) e licenciatura (16,9%). As matrículas em cursos tecnológicos cresceram 99,5% entre 2014 e 2024.

Na média nacional, um terço dos concluintes do ensino médio em 2023 se matriculou no ensino superior em 2024. A taxa foi de 64% na rede federal, 60% na rede privada e 27% na rede estadual. No ano passado, 88,5% do total de ingressantes começaram a graduação em instituições privadas.

Manuel Palacios prevê que a recente regulamentação que permite três formatos de cursos — presenciais, semipresenciais e a distância — deverá descentralizar o ensino superior nos próximos anos, criando polos com mais recursos e infraestrutura em um modelo intermediário entre o campus universitário clássico e a educação totalmente a distância.

Já Carmem Rêgo acredita que a tendência de crescimento da EaD seguirá. “Essa projeção de crescimento pode ser sustentada por fatores como flexibilidade e capilaridade e crescimento histórico consolidado. No entanto, é inegável que os desafios como a nova regulamentação publicada pelo MEC e a questão da qualidade podem modular o ritmo de crescimento da modalidade no país”, diz ela.

A medida prevê, por exemplo, que os cursos superiores de Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem e Psicologia devem ser ofertados exclusivamente no formato presencial.

Modalidade democratiza ensino, mas pede disciplina

De acordo com Carmem Rêgo, a educação a distância tem diversas vantagens, como flexibilidade e autonomia para conciliar estudos e trabalho, capilaridade ao alcançar regiões distantes, custo-benefício para estudantes e universidades, e o desenvolvimento de habilidades, estimulando o protagonismo do aluno. No entanto, segundo ela, a EaD exige disciplina e autogestão, enfrenta resistência no reconhecimento no mercado de trabalho e demanda investimentos constantes em infraestrutura e tecnologia.

Rêgo afirma que os professores reconhecem a EaD como uma oportunidade de inovação pedagógica e ampliação do alcance, mas lidam com desafios de adaptação tecnológica, “mudança de papel, tornando-se mediador, orientador ou facilitador; e [dificuldades com a] carga de trabalho, tornando-se necessário estender o horário para além da aula”.

Rodolfo Guimarães pontua que “o EaD leva ensino superior de qualidade para pessoas que, de outra forma, não teriam acesso. Soma-se a isso a flexibilidade, que permite conciliar estudo, trabalho e vida pessoal, e o alcance, fundamental em um país de dimensões continentais”.

Na UFRN, a Secretaria de Educação a Distância (Sedis) coordena, fomenta e dá suporte ao EaD, atuando na articulação de políticas e programas de EaD e na oferta de cursos em parceria com o Ministério da Educação. A Sedis compartilha a responsabilidade de fomento com os centros acadêmicos e chefias de departamento, contribuindo com aporte tecnológico, pedagógico e orientações administrativas.

Agora RN

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