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segunda-feira, 31 de março de 2014

Oito achados da Comissão da Verdade

Homem protesta por desaparecidos políticos (Agêncai Brasil)

Mariana Schreiber
Da BBC Brasil em Londres

Cinquenta anos após o golpe militar que instaurou uma ditadura no Brasil, hoje é possível saber melhor como funcionou o aparelho repressivo do regime e os abusos cometidos graças às investigações da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e de dezenas de instituições parceiras, como comissões estaduais e municipais criadas nos últimos dois anos.
Desde 2012, quando a CNV foi criada, foram ouvidas cerca de 600 pessoas - em sua maioria vítimas do regime, mas também agentes da repressão. O relatório final com as conclusões dos trabalhos será apresentado em dezembro.
A CNV investiga graves violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, mas o foco principal está nos delitos da ditadura militar.
Mais quais as principais descobertas e realizações alcançadas até agora? A BBC Brasil conversou com algumas pessoas envolvidas no trabalho da CNV e das comissões do Rio de Janeiro e São Paulo para responder essa pergunta.
Os trabalhos estão centrados em desmontar falsas versões oficias do regime militar sobre mortos e desaparecidos políticos. Entre os principais feitos das comissões estão a retificação de atestados de óbitos e a obtenção de confissões de agentes da ditadura sobre a prática de tortura.
Mas o trabalho da CNV não está isento de críticas. O vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo, Marcelo Zelic, aponta falhas no trabalho da comissão na apuração de abusos contra grupos indígenas durante a ditadura militar, expostos no Relatório Figueiredo (saiba mais abaixo).
O próprio presidente da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous, reconhece outra limitação dos trabalhos das comissões. "Não é possível saber se os depoimentos são verdadeiros", diz. Para Damous, é importante agora que "o Estado brasileiro venha a público" esclarecer os abusos cometidos. "É óbvio que eles (as Forças Armadas) sabem o que aconteceu".
Damous acredita que a Presidência, inclusive nos governos anteriores ao de Dilma Rousseff, sempre teve medo de bater de frente com os militares. "Há um temor reverencial, medo. Temor, por exemplo, de que as Forças Armadas não atuem na repressão às manifestações durante a Copa".
O presidente da Comissão da Verdade de São Paulo, Adriano Diogo, reforça a crítica: "Como aqui no Brasil não se abrem os arquivos (militares), é como se estivéssemos olhando pelo buraco da fechadura".
Ainda assim, muitos detalhes novos foram revelados nos últimos dois anos. Confira abaixo as principais realizações das comissões até agora.

FONTE: BBC BRASIL

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