Fonte: Via nominuto
O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki autorizou hoje (1º) a abertura de dois novos inquéritos para apurar a ligação de congressistas com o esquema de corrupção da Petrobras.
No primeiro, serão investigados o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os senadores Delcídio do Amaral (PT-MS) e Jader Barbalho (PMDB-PA). Em outro, a apuração envolve Renan, Jader e o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), apontado como interlocutor do presidente do Senado na Lava Jato.
Os parlamentares serão investigados por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Teori atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República.
As novas linhas de investigação envolvendo os congressistas foram motivadas por um processo mantido no sistema oculto do Supremo, procedimento que tem sido adotado para a tramitação de delações premiadas que estão em sigilo. Os quatro parlamentares negam ligação com os desvios da Petrobras.
Uma das delações que citam os três senadores é do lobista Fernando Soares, o Baiano. O delator –que também apontou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como beneficiário de propina– disse que Delcídio recebeu US$ 1 milhão ou US$ 1,5 milhão, fruto de suborno pago com recursos desviados da compra da refinaria de Pasadena (EUA). Baiano disse que Delcídio recebeu o dinheiro para pagar a sua campanha nas eleições para o governo de Mato Grosso do Sul, em 2006.
Ainda de acordo com Baiano, Delcídio recebeu propina por ter endossado a indicação de Nestor Cerveró –este já condenado na Lava Jato– para a direção Internacional da Petrobras.
Além de Delcídio, Fernando Baiano mencionou que Renan Calheiros, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau –indicado na época pelo PMDB– também se beneficiaram do esquema de corrupção. Ele teria apontado que US$ 4 milhões foram desviados de um contrato de navios-sonda para pagamentos que chegaram posteriormente a US$ 6 milhões. O delator comentou que as operações foram completadas pelo lobista paraense Jorge Luz, entre 2006 e 2008.
Esse é o quinto inquérito aberto para investigar as supostas ligações de Renan com a Lava Jato –sendo que cada um tem objetivo de investigar fatos diferentes. Esse é o segundo inquérito de Delcídio, sendo que o primeiro foi aberto na semana passada, depois que o senador acabou preso acusado de participar de uma trama para atrapalhar as investigações do esquema de corrupção da Petrobras.
Jader será alvo de dois inquéritos. Ao todo, o Supremo investiga 68 pessoas, sendo 14 senadores, 23 deputados, o ministro de Estado Edinho Silva (Comunicação) e o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Raimundo Carreiro.
Nesta terça, o procurador-geral de República, Rodrigo Janot, pediu a abertura de mais um inquérito contra Delcídio. Não há detalhes sobre o caso. Teori ainda vai avaliar a solicitação da Procuradoria.
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