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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Imposto zero nos alimentos será obrigatório

 Imposto zero nos alimentos será obrigatório

Fonte: José Luiz Tejon para Jovem Pan.

Tudo o que nos incomoda tem solução. Pode não ser simples e fácil, mas se incomodar podemos solucionar. O Brasil deverá representar na safra 2020/2021 cerca de 12,5% do volume de grãos produzido no planeta. O mundo deverá colher, segundo o Conselho Internacional de Grãos, algo como 2 bilhões e 230 milhões de toneladas de grãos. E o Brasil, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), deverá obter 279 milhões de toneladas de grãos. Portanto, seremos 12,5% do mundo.

Mas tudo seria fácil não fossem as dificuldades. O consumo também deverá crescer nos grãos, principalmente na soja, milho e trigo, em meio a uma crise econômica planetária, queda da economia, dólar no Brasil caminhando para a faixa de R$ 6,00, e mesmo com safra recorde temos o já presente fantasma do crescimento dos preços.

Como medida emergencial precisaríamos de uma desoneração total na cesta básica. Porém, a fúria tributarista não faz imaginar que uma reforma repleta de bom senso teríamos, agora, exatamente em meio a pandemia, um pandemônio e uma pororoca de conflitos de todos os tipos. Assim, temos agora no Congresso Nacional três propostas de reforma tributária com possibilidades de elevar os custos de produção no campo. As lideranças do agro apontam encarecimento da produção de alimentos.

Por outro lado, a necessidade de uma política estratégica do agronegócio se faz necessária , integrando as entidades do comércio, da indústria e do varejo, com os supermercados, e a organizações dos produtores rurais, com protagonismo da Conab, que tem na sua missão sagrada, exatamente a inteligência da relação de segurança de alimentos para a população, ao lado da defesa da acessibilidade nos preços baixos para todos.

Conab, Abras, Abia, Abag precisam criar um núcleo de inteligência no abastecimento e exportações do agronegócio como um todo. Somos 12,5% dos grãos do mundo. Mas com muito para fazer e crescer em muitos itens do mercado interno, transformando-os também em ativos da exportação com agroindustrialização.

Agora, atenção, hora de prestar atenção no abastecimento e nos preços da comida para a população. Com real desvalorizado podemos importar e aprender essa dinâmica normal do comércio, porém não resolver o problema do custo da comida a curto prazo nos próximos meses. A sociedade civil organizada precisa assumir seu papel de planificação dos fatores incertos. Pra já. Não mais imposto. Imposto zero nos alimentos, com ou sem reforma, isso pelo menos para superar este período.



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