Os dados consolidados mais recentes apresentados pelo Eurostat (2021), o serviço de estatística da União Europeia responsável pela publicação de indicadores da Europa e que permite a comparação entre países e regiões, ajuda a traçar um panorama da situação atual, os avanços e os caminhos que ainda precisam ser percorridos para atingir a meta de 2050.
A União Europeia atingiu uma fatia de 21,8% do seu consumo final bruto de energia proveniente de fontes renováveis em 2021, cerca de 0,3 ponto percentual inferior à de 2020. A queda pode ter sido verificada em função de algumas restrições associadas à pandemia de COVID-19 e também por pequenas alterações na metodologia aplicada nos levantamentos.
Pequenas variações à parte, a Suécia é o país que mais usa energia proveniente de fontes renováveis (62,6%), seguida pela Finlândia (43,1%) e pela Letônia (42,1%). No fim da tabela, Luxemburgo (11,7%), Malta (12,2%) e Países Baixos (12,3%). Alguns países se valeram de recursos conhecidos como transferências estatísticas para manter níveis mais elevados. Trata-se de acordo entre Estados-Membros para transferir uma quantidade específica de energia proveniente de fontes renováveis de um Estado-Membro para outro.
Em 2021, as fontes de energia renováveis representaram 37,5% do consumo bruto de eletricidade na UE, um valor muito semelhante ao do ano anterior (37,4% em 2020). Ainda em relação à eletricidade, a produção a partir da energias eólica e hídrica representou mais de dois terços do total da eletricidade produzida a partir de fontes renováveis (37,5 e 32,1%, respectivamente). O restante da eletricidade gerada foi proveniente de energia solar (15,1%), biocombustíveis sólidos (7,4%) e outras fontes renováveis (7,9%).
A energia solar é a fonte que mais cresce: a eletricidade gerada a partir da energia solar passou de 7,4 TWh em 2008 para 163,8 TWh em 2021.
Entre os Estados-Membros da UE, o consumo de eletricidade gerada a partir de fontes renováveis foi mais alto na Áustria (76,2%), seguida pela Suécia (75,7%), Dinamarca (62,6 %), Portugal (58,4 %), Croácia (53,5 %) e Letônia (51,4 %). Por outro lado, países como Malta (9,7%), Hungria (13,7%), Luxemburgo (14,2%), República Tcheca (14,5%) e Chipre (14,8%) estão entre os que menos usam eletricidade gerada a partir de fontes renováveis.
E dois países se isolaram como exemplos positivos: a Noruega produziu, em 2021, mais eletricidade a partir de fontes renováveis do que o total consumido no país. O mesmo aconteceu com a Islândia, que produziu praticamente 100% do total consumido.
Outros indicadores relevantes estão relacionados à energia renovável utilizada para aquecimento/resfriamento: pulou de 11,7% em 2004 para 22,9% em 2021, uma evolução puxada bastante pela indústria e pelo setor de serviços. Os países com maior destaque são Suécia (68,6 %), Estônia (61,3 %), Letônia (57,4 %) e Finlândia (52,6 %). Na outra ponta do ranking do uso de energia renovável no aquecimento/resfriamento estão a Irlanda (5,2%), os Países Baixos (7,7%) e a Bélgica (9,2%).
No caso dos transportes, a meta comum acordada pela União Europeia é de pelo menos 14% da energia vindo de fontes renováveis (biocombustíveis líquidos, hidrogênio, biometano, eletricidade “verde” e outros), até 2030. Atualmente, a fatia média é de pouco mais de 9% do total da energia utilizada nas atividades de transporte, um crescimento positivo (era 1,6% em 2004), mas ainda longe da meta.
Alguns países, porém, já estão acima da meta, como a Suécia (30,4%) e a Finlândia (20,5%). Outros estão acima da média, mas abaixo da meta, como Eslovênia e Malta, ambas na faixa dos 10,6%. Entre os piores indicadores, Grécia, Irlanda, Polônia, Hungria, Letônia e Lituânia, todos abaixo dos 7%.
FONTE: europeanway
Nenhum comentário:
Postar um comentário