Os mísseis foram lançados por terra, navio e submarino e viajaram por centenas de quilômetros. Eles simularam atingir embarcações militares inimigas nos Mares de Bering e Chukchi, que separam a Rússia do estado norte-americano do Alasca.
Embora as porções terrestres dos territórios dos dois países sejam separadas pelo Estreito de Bering, a menor distância entre Rússia e EUA é, teoricamente, de apenas 3,8 quilômetros. Trata-se da distância entre a ilha russa de Diomedes Maior e a ilha norte-americana de Diomedes Menor.
De acordo com o jornal Anchorage Daily News, do Alasca, a marinha norte-americana havia sido alertada na semana passada sobre a movimentação militar russa no Mar de Bering. A guarda costeira dos EUA (USCG, na sigla em inglês) publicou o alerta em sua conta na rede social X, antigo Twitter.
“A NGA (Agência Nacional de Informação Geoespacial) divulgou um alerta avisando os marinheiros sobre as operações de mísseis russos no Mar de Bering, inclusive na ZEE (zona econômica exclusiva) dos EUA ao sul da Ilha de São Lourenço, até 24 de setembro. Estão em águas internacionais e não violam as leis internacionais. Um cortador da USCG permanece na cena”, dizia o post.
Ameaça cibernética
Com a tensão elevada entre os EUA e seus maiores rivais, o Departamento de Defesa norte-americano divulgou na semana passada uma nova estratégia cibernética alertando para o fato de que os hackers seriam uma importante arma de Rússia e China em caso de confronto militar.
De acordo com o site The Defense Post, o objetivo de russos e chineses seria invadir os sistemas digitais dos EUA para “semear o caos, atrasar a mobilização militar e desviar recursos preciosos”, comprometendo assim o desempenho das forças norte-americanas em uma eventual guerra.
“Os EUA são desafiados por ciberatores mal-intencionados que buscam explorar nossas vulnerabilidades tecnológicas e minar a vantagem competitiva das nossas forças armadas. Eles têm como alvo a nossa infraestrutura crítica e colocam em perigo o povo norte-americano”, afirma o documento do Pentágono.
Na estratégia, Moscou e Beijing são classificadas como uma ciberameaça “ampla e generalizada”, com capacidade para monitorar secretamente os cidadãos norte-americanos e manipular a infraestrutura crítica do país.
Segundo Jen Easterly, diretora da Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura (CISA, na sigla em inglês) dos EUA, Beijing é a principal ameaça no campo cibernético. Ela diz que os chineses teriam como alvo preferencial a infraestrutura crítica norte-americana, como oleodutos e linhas ferroviárias.
“Dada a natureza formidável da ameaça dos intervenientes estatais chineses, dada a dimensão da sua capacidade, dada a quantidade de recursos e esforço que estão investindo, será muito, muito difícil evitarmos que haja perturbações”, declarou ela.
Ataque ao Departamento de Estado
Uma prova de que os EUA não estão totalmente protegidos contra os hackers inimigos foi dada em julho deste ano. Na ocasião, a Microsoft emitiu um comunicado acusando cibercriminosos estabelecidos na China de realizarem um ataque que afetou ao menos 25 entidades ocidentais. O Departamento de Estado norte-americano foi um dos alvos.
Os hackers, batizados de Storm-0558, teriam aproveitado uma vulnerabilidade de segurança nos sistemas da Microsoft para acessar contras de e-mails de entidades ocidentais e clientes delas. Os alvos não eram baseados apenas nos EUA, mas também em países da Europa.
“Avaliamos que esse adversário está focado em espionagem, como obter acesso a sistemas de e-mail para coleta de informações. Esse tipo de adversário motivado por espionagem procura abusar de credenciais e obter acesso a dados que residem em sistemas confidenciais”, dizia o comunicado.
O ciberataque passou a ser investigado no dia 16 de junho, a partir de informações reveladas à Microsoft por seus clientes. Entretanto, as evidências indicam que as ações maliciosas ocorriam ao menos desde o dia 15 de maio.
Fonte: A Referência
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