Carlos Becerra/Getty Images
Machado é a principal adversária política de oposição do atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
A entidade se refere ao governo atual do país como “ditadura” e diz compreender que as últimas ações da autoridade do país “já deixaram claro” que não havia intenção de permitir que “eleições limpas e transparentes” ocorressem no país.
Além disso, citam a liderança da oposicionista como “insubstituível”, uma vez que “surge das convicções e interesses do povo” e afirmam ainda que seria “patético e repulsivo” caso alguém tentasse ocupar o lugar de Machado.
Ressaltam que não deixarão de se manifestar e denunciar “ditaduras e suas autoridades, e nunca abandonará a luta pelo retorno da democracia à Venezuela”.
A Venezuela se retirou da OEA em 2019.
Desqualificação da eleição
O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela anunciou a desqualificação da então candidata à Presidência do país, María Corina Machado na última sexta-feira (26).
O impedimento diz respeito à uma medida anterior, da Controladoria-Geral da Venezuela contra a candidata, por conta da falta de inclusão de pagamentos de gratificações alimentares em declaração juramentada de bens.
A decisão surge justamente no meio de uma onda de acusações por parte do Ministério Público da Venezuela contra ativistas e opositores.
O porta-voz do governo, Héctor Rodríguez chegou inclusive a acusar a oposição pelo suposto planejamento de um golpe de estado e da arquitetura de assassinato do atual presidente Maduro, segundo apuração da CNN.
Após a decisão, Machado se pronunciou no X, antigo Twitter: “O regime decidiu acabar com o Acordo de Barbados. O que NÃO está acabando é a nossa luta pela conquista da democracia através de eleições livres e justas. Maduro e o seu sistema criminoso escolheram o pior caminho para eles: eleições fraudulentas. Isso não vai acontecer. Que ninguém duvide, isso é ATÉ O FIM.”
Repercussão internacional
Após a decisão, outros países também se manifestaram contra a decisão.
A Argentina, por meio do Ministério das Relações Exteriores, demonstrou “preocupação” e se colocou a favor da defesa da liberdade.
“A Argentina reafirma o seu compromisso com a defesa da liberdade, da democracia e dos direitos humanos e espera a rápida realização de eleições presidenciais democráticas e transparentes, com plena participação de todos os candidatos políticos e com a presença de observação eleitoral externa”, diz o governo.
O Ministério de Relações Exteriores do Uruguai diz que a ação ataca “diretamente a realização de eleições livres, democráticas e competitivas, que são a exigência e o desejo de todo o povo venezuelano e que foram o espírito norteador da a assinatura dos referidos acordos.”
O Equador, por sua vez, rejeitou a confirmação de desqualificação de Machado.
“Esta decisão é contrária ao espírito dos acordos de Barbados, que visam facilitar a realização de eleições democráticas e transparentes na Venezuela”, afirmou o governo equatoriano.
*Sob supervisão de Douglas Porto / CNN
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