Fonte: Tribuna do Norte
Juros mais altos e a exigência de um valor de “entrada” maior devido a queda no percentual do valor do imóvel que pode ser financiado. As duas principais alterações na concessão de financiamento para imóveis usados pela Caixa Econômica Federal, em vigor já a partir desta segunda-feira, dia 4, geraram um clima de insegurança e incertezas no mercado imobiliário, na última semana. E levaram milhares de pessoas a buscar aprovação de crédito na tentativa de se livrar das novas regras. Com a restrição, os especialistas apontam para uma migração de financiamento de usados para bancos privados, possível retomada da procura por imóveis novos e recomendam cautela na hora de contratar o financiamento. “O momento é de cautela. É preciso esperar o momento certo para comprar”, afirma o coordenador do Mestrado em Administração da UnP e Consultor Imobiliário, Walid Abbas.
Para o correspondente imobiliário Wandic Teixeira Lopes Neto, a principal consequência das mudanças nas regras é que “o mercado perde o suporte público como braço regulador, para imóveis usados, que deverão ir para o livre mercado”, analisa.
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Os demais bancos, atuam com um teto de financiamento de imóveis em 80% do valor. O que deve ser mantido. Em geral, os privados e também o Banco do Brasil praticam hoje taxas de juros na casa de 9,9% ao mês.
Apesar das mudanças e das restrições devido a crise, não houve uma “seca” de crédito. “Não haverá um prejuízo tão desastroso para o mercado de avulsos, com opção de financiar nos privados, sem mudanças negativas em relação a taxas. Uma acomodação natural do mercado”, observa Wandic Lopes Neto.
Segundo o consultor, como os contratos ainda estão em andamento não se pode falar em perdas. “Não houve pagamento do financiamento, então não há um prejuízo, mas uma acomodação”, observa.
ConsequênciaJá o presidente do Sindicato da Habitação, Renato Gomes Netto, entretanto, prevê como consequência uma série de rescisão de contratos de promessa de compra e venda. Muitas pessoas tinham assinado o contrato, pago o sinal (valor de entrada) e aguardavam a aprovação do financiamento bancário para fechar o negócio. “Com a mudança, nem todo mundo tem capital para este porte, além dos gastos com impostos e registros”, avalia.
A Caixa já havia alterado as taxas de juros em janeiro para imóveis do SFI, acima de R$ 650 mil. Com o recurso do SBPE restrito, devido aos saques da caderneta poupança – cerca de R$ 25 bilhões em retirada líquida no primeiro trimestre -, novas medidas de restrições de crédito foram adotadas em menos de 15 dias.
A expectativa do mercado é que os bancos privados também majorem as taxas de juros, mas de forma mais contida para não perder a fatia do mercado de novos e ficar limitado ao de usados. Alguns bancos consultados já apresentaram incremento de 0,2% na taxa mínima de juros, como o Itaú e Santander. O Banco do Brasil eliminou os dedutíveis, benefícios que reduziam as taxas.
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