Fonte: Veja
Pela primeira vez desde 2007, a dívida externa brasileira poderá superar as reservas internacionais do país. Um boletim do banco Credit Suisse indica que a projeção para as reservas neste ano é de 367 bilhões de dólares, e para a dívida, de 368 bilhões de dólares. Nos últimos anos, a dívida externa brasileira tem avançado mais pela tomada de empréstimo das empresas. Em 2002, o montante devido pelas diferentes esferas de governos (110 bilhões de dólares) e pelas companhias (100 bilhões de dólares) era praticamente o mesmo. Neste ano, essa relação será de 95 bilhões de dólares e 273 bilhões de dólares, respectivamente.
O avanço da dívida privada pode ser explicado em parte pelo fato de o custo de captação para as grandes empresas ser mais vantajoso no exterior em alguns casos. "Um outro aspecto importante é o acesso às linhas de mais longo prazo obtidas apenas no exterior", diz Otto Nogami, professor do Insper.
Já o aumento da dívida externa do setor público - embora tenha variado pouco - pode ser explicado pelos empréstimos tomados pelos governos em organismos multilaterais como Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o financiamento de obras.
Na avaliação de Nogami, o ajuste fiscal em andamento pode levar o setor público a buscar mais recursos nessas instituições. "Como a necessidade de obras de infraestrutura se tornam maiores, a tomada de recursos via esses organismos pode ser uma das únicas alternativas para os governos executarem os projetos", afirma
Para 2016, o Credit Suisse estima as reservas em 372 bilhões de dólares, e a dívida externa, em 393 bilhões de dólares, sendo 100 bilhões de dólares do setor público e 293 bilhões de dólares do setor privado.
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