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terça-feira, 30 de junho de 2015

Petrobras corta orçamento em 37% e vai vender ativos


O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, e membros da diretoria detalharam os números

Fonte: Tribuna do Norte

Rio (AE) - A Petrobras anunciou um corte de quase US$ 76,3 bilhões em seus investimentos, chegando a US$ 130,3 bilhões nos próximos cinco anos – uma queda de 37% em relação ao plano anterior, que previa US$ 206,6 bilhões para o período de 2014 a 2018. É o menor orçamento desde 2009, quando a companhia iniciou sua expansão com o objetivo de se tornar uma das cinco maiores petroleiras do mundo. Além do corte, a estatal prevê vender mais de US$ 57 bilhões em ativos até 2018. Para o presidente da petroleira, Aldemir Bendine, o novo plano tem o objetivo de colocar a estatal "no rumo correto""Essa é a realidade que a gente acredita, é desafiadora ainda, mas foi feita com pé no chão e acreditamos que vamos ter plena condição de cumpri-la, buscando acima de tudo gerar valor e rentabilidade", afirmou. 

A estatal fala em um corte de 37% no orçamento porque, segundo Bendine, usou como referência um US$ 206, 8 bilhões (montante que não inclui as refinarias premium). Mas, se consideradas essas refinarias, a redução pode ser maior: de 40,9% em relação ao plano de US$ 220,6 bilhões anunciados por Graça Foster em fevereiro do ano passado. Isso representaria US$ 90 bi a menos em seus investimentos.

O novo plano também reduziu a meta de produção em mais de 30%, cortou unidades de produção previstas e adiou projetos polêmicos. Por outro lado, reforçou a aposta no pré-sal, destinando 44% de todo o investimento previsto. Em entrevista no final da tarde de ontem para detalhar o plano, Bendine descartou capitalizações e emissões de ações, mas garantiu a viabilidade do plano com "disciplina".

Para o executivo, a gestão anterior colocou a empresa em "situação desconfortável" devido ao endividamento de R$ 400 bilhões, o maior entre as petroleiras. "Estamos em situação inferiorizada em relação às outras, elas fizeram o dever de casa com antecedência". "O plano foi feito com bastante ousadia, e o principal objetivo é colocar a empresa no rumo gerencial correto. Nesse novo cenário do mercado de óleo e gás, a companhia se volta para sua atividade essencial", disse Bendine. 

Vendas
Apesar da indicação, o presidente sugeriu que a restrição nos investimentos pode limitar sua participação na 13ª Rodada de Licitações da Agência Nacional de Petróleo (ANP), prevista para outubro. "Não está computado dentro do nosso fluxo de caixa neste momento a participação este ano nesse possível leilão que é de pós-sal, não pré-sal", afirmou Bendine. "Não temos um mercado em que se possa fazer uma expansão a qualquer custo, endividando ainda mais a empresa".

A prioridade é a redução de endividamento, com meta de chegar a uma relação entre dívida líquida e geração de caixa de 2,03 vezes em 2020, ante um patamar de 3,86 no primeiro trimestre deste ano. Apesar de ser um desafio, o patamar é "factível", segundo o diretor financeiro, Ivan Monteiro. Por isso, aposta em mais desinvestimentos. Estão previstos US$ 15 bilhões, até 2016, e mais US$ 42 bilhões nos dois anos seguintes. 

A diretoria não detalhou os ativos que serão colocados à venda para não interferir nas negociações.

Refinaria em Pernambuco deve sair do plano de negócios
Rio (AE) - Entre os projetos que deixam o plano de negócios da companhia, está a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), ambos investigados pela Operação Lava Jato. A Rnest, que tinha a segunda etapa prevista para maio, foi adiada para 2018 - com recursos próprios da estatal. Quanto ao Comperj, a companhia deve injetar recursos próprios na conclusão de uma unidade de processamento de gás, e buscar parceiros para continuar o projeto.

"Não temos mais uma visão do Comperj como polo petroquímico, ao menos nesse primeiro momento. É fundamental pra nós a ampliação da nossa capacidade de refino", disse Bendine. Segundo o executivo isso não impede que uma expansão e até o projeto petroquímico venha a ser retomado no futuro com parcerias e investidores estratégicos. 

A PN fechou com recuo de 3,48%, cotada a R$ 12,75, e a ON recuou 4,10%, a R$ 14,05. Operadores comentam que o maior problema esteve na falta de detalhamento sobre o plano, apesar de positivamente trazer a mensagem de desalavancagem.

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