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sexta-feira, 26 de junho de 2015

Mundo: Ataques espalham medo e mortes em três continentes



Fonte: BBC 

A sexta-feira foi marcada por ataques a três países de três continentes distintos que deixaram mais de 60 mortos até agora.
Na França, um homem foi decapitado e outras pessoas ficaram feridas em um ataque a uma usina de gás. Na Tunísia, atiradores mataram pelo menos 37 pessoas – a maioria turistas estrangeiros – em uma praia na cidade de Sousse. E no Kuwait, o suicida responsável pelo ataque explodiu uma bomba em uma mesquita no país, deixando ao menos 25 vítimas fatais.
Não há informações sobre ligações entre os atentados.
Os três ataques aconteceram no mês sagrado do Ramadã – período de jejum para os muçulmanos. O grupo que se autodenomina Estado Islâmico chegou a fazer uma convocação para seus seguidores aumentarem o número de ataques durante esse período. No entanto, até agora, o grupo extremista apenas assumiu a autoria de um dos atentados – o do Kuwait.
Na Tunísia, ainda não há suspeita de quem estaria por trás do ataque. O país sofreu com algo parecido em março, quando atiradores mataram 22 pessoas em um museu popular entre turistas.
Na França, o suspeito pelos ataques foi identificado como Yassin Salhi, que tem em torno de 35 anos. Autoridades disseram que o corpo da vítima foi encontrado com inscrições em árabe e com uma bandeira islâmica por perto. A agência de notícias AFP relatou que as palavras em árabe foram escritas na cabeça da vítima.

Pânico

O ataque no Kuwait deixou centenas de pessoas em pânico. A bomba explodiu logo após as orações desta sexta-feira em uma mesquita xiita e deixou 25 mortos pelo menos, além de mais de 200 feridos.
Imagens que circulam pela internet mostram corpos em linha no chão ao lado de destroços.
Uma testemunha conta que ouviu um grande estrondo da explosão e que a mesquita estava lotada, com cerca de 2 mil pessoas. É possível que mais vítimas sejam confirmadas até o fim do dia.
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Explosão causou pânico na mesquita durante orações de sexta-feira
"Deu pra ver pelo corpo do suicida e que ele era jovem. Ele entrou na mesquita durante as orações, olhou em volta. Eu o vi com meus próprios olhos", disse Khalil al-Salih à agência Reuters.
Um paramédico afirmou à AFP que a maioria das vítimas eram homens e meninos que estavam orando na mesquita.
A área onde aconteceu a explosão é bastante movimentada e chocou o país, que não costuma ser alvo de ataques assim. O Estado Islâmico logo assumiu a autoria do atentado.

Usina de gás

O ataque na França aconteceu em uma usina de gás próxima à cidade de Lyon. O corpo do homem decapitado – descrito como 'homem de negócios - foi encontrado perto do local com inscrições em árabe.
Segundo o presidente francês, François Hollande, a ideia era "explodir todo o prédio" e o incidente tinha "todos os traços de um ataque terrorista".
De acordo com autoridades locais, o ataque começou quando dois homens invadiram a fábrica de produtos químicos Air Products, que fica em Saint-Quentin-Fallavier. Várias explosões foram ouvidas em seguida.
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Suspeito de ataque na França estava sendo investigado pela polícia e foi preso
Um dos suspeitos já era investigado pela polícia desde 2006 e foi preso.
"Todos lembramos do que aconteceu antes em nosso país. Há, portanto, muita emoção envolvida (no incidente desta sexta-feira)", disse Hollande, referindo-se ao ataque contra o jornal Charlie Hebdo, e os outros que vieram depois, em Paris, em janeiro. Ele falou em uma entrevista em Bruxelas, onde participava da Cúpula da União Europeia e logo depois partiu para Paris para acompanhar o desenvolvimento da história.
Segundo o repórter da BBC em Paris, Hugh Schofield, o principal suspeito responsável pelo ataque e preso pelas autoridades locais foi Yassin Salhi, que tem em torno de 35 anos. De acordo com informações da mídia local, ele mora em Lyon com a esposa e três filhos.
"Suas ações foram bem parecidas com as do Estado Islâmico. Ele decapitou um homem, depois tentou aparentemente explodir a fábrica. Era uma tentativa de explosão suicida? Se sim, seria a primeira na França. E com um presságio ainda pior", analisou Schofield.

Praia

Já na Tunísia, o ataque foi de novo direcionado a turistas, da mesma maneira que aconteceu em março, quando um homem abriu fogo em um museu e matou 22 pessoas.
Desta vez, o local 'escolhido' para o ataque foi uma praia movimentada na cidade de Sousse, próximo a hotéis e resorts cheios de estrangeiros que passavam férias no local.
Foram mortas pelo menos 37 pessoas. Ainda não está claro quantos atiradores participaram dos atentados. De acordo com a agência Associated Press, inicialmente as autoridades pensaram se tratar de mais de um perpetrador, mas um oficial de segurança teria afirmado que o ataque foi feito por apenas uma pessoa.
Relatos dão conta de que um dos atiradores - o que foi morto logo depois - teria entrado na praia disfarçado de turista e com um fuzil dentro do guarda-sol. Na hora que abriu o guarda-sol, ele começou a disparar os tiros.
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Turistas estavam na praia e se assustaram com tiros; corpos ficaram estendidos e foram cobertos pela polícia
Alguns turistas britânicos estavam na praia onde aconteceu o ataque e descrevem que ouviram algo que parecia um tiroteio, com muitas balas vindo na direção da praia.
Gary Pine era um dos que estava na região e disse que o pânico tomou conta dos turistas quando os primeiros tiros foram ouvidos. "Parecia que estava acontecendo a pouco mais de 100 metros da gente. As pessoas começaram a correr para todas as direções."
"Foi confuso, ninguém sabia o que tinha acontecido. Minha mulher gritava para meu filho sair do mar, enquanto ele corria e dizia: 'Acabei de ver alguém levar um tiro!'", contou.
A britânica Debbie Horsfall, de Huddersfield, estava na praia com a amiga quando os tiros começaram. "Minha amiga levantou e viu um homem atirando. Nós levantamos e corremos, mas não sabíamos para onde ir."
"Nós estávamos aqui apenas por dois dias – viemos na quarta. Voltamos para os nossos quartos, mas não nos sentimos seguras. Nós só queremos ir embora agora. Por enquanto, o hotel e a praia estão interditados", relatou.
O primeiro ministro britânico, David Cameron, ofereceu solidariedade "na luta contra este mal que é o terrorismo".
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