Fonte; DW
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou nesta terça-feira (08/03) as tendências nacionalistas em países da União Europeia (UE) e, após um encontro com a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, em Berlim, pediu que a Europa demonstrasse mais solidariedade com os refugiados.
"Partidos de extrema direita e nacionalistas estão inflamando a situação enquanto precisamos buscar soluções, soluções harmônicas baseadas na divisão de responsabilidades", disse Ban, que ressaltou estar preocupado com o aumento de ataques violentos contra refugiados e migrantes.O secretário-geral afirmou ainda que a União Europeia (UE) pode fazer muito mais pelos refugiados e que a situação exige não somente dinheiro. "Trata-se de humanidade e respeito aos direitos humanos", destacou.
A União Europeia tenta chegar a um acordo com a Turquia em troca de apoio para frear o fluxo de refugiados em direção à Europa. Ancara solicita mais 3 bilhões de euros à UE até 2018, além dos 3 bilhões já prometidos em novembro. Além disso, pede isenção de visto para cidadãos turcos na União Europeia e a aceleração das negociações para o ingresso do país no bloco.
Em troca, a Turquia se compromete a acolher todos os refugiados que chegarem à Grécia e não obtiverem asilo e está disposta a readmitir todos os imigrantes que não vêm da Síria e todos os que foram interceptados em suas águas territoriais, além de adotar medidas enérgicas contra os traficantes de pessoas. O esboço do acordo foi criticado pela agência da ONU para os refugiados(Acnur).
Em Berlim, Ban elogiou ainda a postura de Merkel perante a crise migratória. "Ela é uma verdadeira voz moral, não somente na Europa, mas em todo o mundo", disse Ban, destacando que a chanceler alemã "não escolheu o caminho mais fácil, mas o correto".
Ban também anunciou uma cúpula sobre a crise de refugiados, marcada para o dia 19 de setembro. "Insisto para que todos os chefes de governo e Estado mostrem responsabilidade e respeitem o direito internacional."
Ban recebeu de Merkel a Ordem do Mérito da República Federal da Alemanha, pelo seu trabalhos nos últimos dez anos no comando das Nações Unidas.
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