Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A taxa de desocupação do país ficou em 7,9% no trimestre encerrado em março passado. Isso representa uma piora no cenário do mercado de trabalho com um aumento de 0,5 ponto percentual frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2023, que estava em 7,4%. Com isso, a população desocupada chegou a 8,6 milhões, sendo 542 mil (6,7%) pessoas a mais buscando emprego.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta terça-feira (30), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostra um recuo de 0,9 ponto percentual ante o mesmo trimestre móvel de 2023 (8,8%). Quando a análise é mais abrangente e se refere ao ano, o recuo é de 8,6%, ou menos 808 mil pessoas.
Já o número de ocupados no primeiro trimestre de 2024 ficou em 100,2 milhões de pessoas, uma queda de 782 mil (-0,8%) em relação ao último trimestre de 2023 e um acréscimo de 2,4 milhões (+2,4%) em relação aos três primeiros meses de 2023. O levantamento do IBGE apura todas as formas de ocupação, seja emprego com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo.
Para a coordenadora da Pesquisa, Adriana Beringuy, o aumento da taxa de desocupação é um comportamento típico de início de ano. “O primeiro trimestre de cada ano é caracterizado por perdas na ocupação. Parte vem de dispensa de trabalhadores temporários”, opina.
Entre os postos temporários, ela inclui trabalhadores do setor público. “Parte importante veio da administração pública, especificamente no segmento da educação. Na virada do ano esses trabalhadores são dispensados. À medida que se retorna o ano letivo, há tendência de retorno desse contingente”, observa.
A pesquisadora avalia que está mantida uma tendência de redução no desemprego no país. “O movimento sazonal desse trimestre não anula a tendência de redução da taxa de desocupação observada nos últimos dois anos”, acrescenta Adriana.
Empregos e rendimento
A pesquisa aponta que, mesmo com redução na ocupação no primeiro trimestre ante o fim de 2023, não houve mudança significativa no nível de emprego com carteira assinada, cerca de 38 milhões de pessoas. Esse quantitativo representa alta de 3,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Adriana detalha que, das 782 mil pessoas que ficaram desocupadas, a maior parte – mais de 500 mil – foi de trabalhadores informais. “A gente teve uma perda de ocupação como um todo, mas a população com carteira ficou constante”, resume.
A taxa de informalidade nos primeiros três meses de 2024 ficou em 38,9% da população ocupada (38,9 milhões de trabalhadores informais) contra 39,1 % no trimestre anterior.
Na média de janeiro, fevereiro e março deste ano, o rendimento médio do trabalhador alcançou R$ 3.123. O valor representa alta de 1,5% entre trimestres seguidos e 4% ante o primeiro trimestre de 2023.
Já a massa de rendimentos atingiu R$ 308,3 bilhões, um recorde na série histórica iniciada em 2012. Esse é o valor que os trabalhadores ocupados recebem para movimentar a economia. Apesar de recorde, o montante apresenta uma estabilidade em relação ao trimestre final de 2023. “Embora tenha havido crescimento do rendimento do trabalhador, o contingente de ocupados caiu, é como se um efeito tivesse anulado o outro”, finaliza Adriana Beringuy.
RN tem saldo de 1.415 vagas de emprego em março
O Rio Grande do Norte fechou o mês de março com um saldo de 1.415 vagas de emprego formal, aquele com carteira assinada. Os dados são do Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgados nesta terça-feira (30), pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
No mês, 20.842 pessoas tiveram a carteira assinada contra 19.427 que foram demitidas. É maior saldo da série histórica do Novo Caged, iniciada em 2020. Ainda sob os efeitos da pandemia da covid 19, o saldo no mesmo mês de 2021 foi de 1.212 vagas. Em março de 2022, o resultado foi negativo com 1.427 demissões a mais que contratações. No ano passado também foi registrado saldo negativo no mês, apesar de menor com 82 demissões a mais que contratações.
De acordo com o Caged, o estoque de empregos no RN é de 504.760 e o acumulado no primeiro trimestre subiu para 2.839. Nos últimos doze meses, ficou em 25.290. O valor do salário médio de admissão em março ficou em R$ 1.695,30.
O setor que mais abriu postos de trabalho no RN foi o de Serviços (2.535 vagas) que, no acumulado do ano, é responsável por 4.784 postos abertos. N sequência, em março, aparece o Comércio (954) e Construção Civil (628). Com 1.256 vagas abertas no trimestre, a construção ultrapassou o comércio, cujo saldo positivo é de 1.181 vagas.
Natal, Mossoró, Parnamirim, Assu e Currais Novos foram os municípios que mais abriram postos de trabalho. Na outra ponta, o de saldo negativo, estão Baía Formosa e Arês, em função das dispensas realizadas pelo segmento da Agricultura.
Em nível nacional, o País fechou o mês de março com saldo positivo de 244.315 empregos formais. No acumulado do ano (de janeiro a março), o saldo foi positivo em 719.033 empregos, num aumento de 34% em relação ao mesmo recorte de 2023.
O maior crescimento do emprego formal ocorreu no setor de serviços, com 148.722 postos, seuido do comércio(37.493) e indústria (35.886).
Tribuna do Norte
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