Foto: Adriano Abreu
O turismo do Rio Grande do Norte registrou avanço de 7,6% no acumulado de 2025, com faturamento de R$ 131 milhões em julho, mês tradicionalmente impulsionado pelas férias escolares. O resultado de julho também é 25% maior que o de junho, quando o faturamento do setor foi de R$ 104.214 milhões. O desempenho confirma a consolidação do Estado como destino competitivo no cenário nacional, mas também reforça a necessidade de ampliar investimentos e infraestrutura para sustentar o ritmo de crescimento, conforme avaliação de entidades do setor.
No panorama nacional, o setor movimentou R$ 127,7 bilhões entre janeiro e julho, alta de 6,5% em relação a 2024 e o maior faturamento para o período desde 2012, segundo levantamento da Fecomércio-SP com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Somente em julho, a receita do turismo, sem contar o transporte aéreo, alcançou R$ 14,3 bilhões, um crescimento de 2,4% frente ao mesmo mês do ano anterior.
Para Raoni Fernandes, diretor-presidente da Empresa Potiguar de Promoção Turística do RN (Emprotur), os números relativos ao RN são um reflexo direto da consolidação do estado como destino desejado. “Mais que isso, significa dizer que temos atraído cada vez mais um público com características de deixar mais recursos no destino, ficar mais noites e diversificar a experiência. As ações de promoção realizadas pela Emprotur, em parceria com o trade turístico e com o governo do Estado, têm sido determinantes”, afirma Raoni, acrescentando que as campanhas digitais segmentadas, feiras internacionais e acordos com companhias aéreas vêm ampliando a visibilidade do RN.
Os dados nacionais revelam um cenário de recuperação e crescimento. Segmentos como transporte aéreo, alojamento e rodoviário puxaram os resultados positivos em nível nacional. Somente em alimentação, o faturamento do turismo em julho alcançou R$ 3 bilhões, um aumento de 6% comparado ao mesmo mês de 2024. O setor de de transporte aéreo de passageiros foi o que puxou o desempenho positivo, com R$ 5,3 bilhões, uma alta de 9,7% considerando julho do ano passado, e de 10,4% no acumulado do ano. O levantamento não apresenta esses números detalhados por Estado.
“O turismo de lazer continua sendo o grande motor da economia do setor no RN. Sol e mar seguem como âncoras, mas cada vez mais temos diversificado com segmentos como ecoturismo, esportes e experiências culturais. Ao mesmo tempo, o turismo corporativo e de eventos vem ganhando espaço: Natal recebeu importantes congressos e encontros em 2025, e isso mostra um potencial em crescimento”, conta Raoni.
O diretor-presidente da Emprotur avalia que o retorno tem sido expressivo, mantendo o Rio Grande do Norte entre os destinos mais buscados pelo eixo Sul-Sudeste e ampliando presença no Centro-Oeste. No mercado internacional, a Emprotur destaca que a Argentina e o Chile seguem como principais emissores, com avanços também em outros países da América do Sul. Em se tratando do mercado a médio prazo, Raoni afirma que há esforços para retomar o contato com emissores europeus.
Grace Gosson, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Rio Grande do Norte (SHRBS-RN), diz que o setor confirma a retomada, mas ainda em ritmo aquém do potencial do estado. “O turismo no Rio Grande do Norte tem crescido significativamente ao longo do último ano. Os dados confirmam esse aumento, refletido no desempenho de hotéis, restaurantes, bares e estabelecimentos similares. No entanto, esse crescimento poderia ser ainda mais expressivo, especialmente considerando a expansão do turismo no Brasil no período pós-pandemia”, disse a presidente do SHRBS-RN.
Em comparação a julho de 2024, o crescimento do Rio Grande do Norte é mais tímido, de 1,9%, abaixo da média brasileira de 2,4%. Estados como Rio Grande do Sul (24,6%), Mato Grosso do Sul (12,9%) e Amazonas (10,9%) se destacaram positivamente, enquanto Tocantins (-5,7%), Sergipe (-5,0%) e Minas Gerais (-7,3%) apresentaram queda.
“O crescimento de 1,9% no faturamento em relação a julho de 2024 reflete-se no aumento do número de clientes nos estabelecimentos e na melhoria da ocupação hoteleira, embora ainda seja tímido. É fundamental reduzir a sazonalidade do setor, mantendo uma ocupação média elevada por meio da realização de eventos e do incentivo ao turismo corporativo, religioso, esportivo, entre outros. O RN precisa investir nos alicerces que sustentam um turismo sustentável, como uma boa infraestrutura e um trabalho contínuo de divulgação do destino turístico”, avalia Grace.
Em valores de faturamento, os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideram com R$ 4 bi, R$ 1,5 bi e R$ 1,4 bi, respectivamente. Os menores números ocorreram em estados da região Norte, como Amapá (R$ 10,3 mi), Acre (R$ 10,3 mi), Roraima (R$ 10,7 mi) e Rondônia (R$ 24,9 mi).
Tribuna do Norte
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